Embate entre Seturn e STTU ganha novo capítulo, durante entrevista ao programa 12 em Ponto, da 98 FM, nesta terça-feira (24), o consultor técnico do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município de Natal (Seturn), Nilson Queiroga afirmou que o cenário é de omissão, em relação aos custos dos serviços de transporte público em Natal, por parte da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU). “A secretária está levando o sistema à falência, ao caos”, comenta.
De acordo com Queiroga, foi cobrado à secretária de Mobilidade Urbana, Daliana Bandeira, a apresentação da planilha do transporte atualizada na reunião do Conselho Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana de Natal (CMTMU), ela teria concordado que a temática fosse pautada no encontro seguinte. No entanto, na reunião de janeiro, que ocorrerá nesta quinta-feira (26), o assunto será a metodologia adotada para pagamento do subsídio do transporte das gratuidades das pessoas idosas.
Em sua fala, Queiroga afirma que é preciso transparência do órgão em relação a planilha dos custos do transporte para que sejam feitos os devidos reajustes nos valores cobrados, pois “não tem como operar um milagre” para manter o serviço de transporte sem nenhuma revisão. “O órgão [STTU] tem que se posicionar, tem que apresentar a planilha [dos custos do transporte]. Por que guardar ‘a sete chaves’ essa planilha?”, questiona.
Com a tarifa atual de R$ 3,90 no cartão eletrônico e R$ 4 em espécie, o Seturn afirma não conseguir disponibilizar a quantidade de ônibus e de linhas que se tinha em 2019. Por isso, o sindicato patronal pede um reajuste equivalente à variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) – que aponta a variação do custo de vida médio de famílias -, que entre maio de 2019 e dezembro de 2022, subiu 24,34%, o que elevaria a tarifa para o valor de R$ 4,85.
“O salário [mínimo] era R$ 998 quando foi publicada essa tarifa, em maio de 2019, e agora está R$ 1302, [um aumento de] 30,46%. Então, estamos pedindo 24,3%, que é o IPCA”, explica o porta-voz da Seturn.
Para efeitos de comparação, se considerarmos um mês de 20 dias úteis, o trabalhador vai precisar desembolsar, caso esse reajuste na tarifa seja aplicado, R$ 194 reais mensais só para ir e vir de seu emprego. Esse custo mensal representa 14,9% do salário mínimo vigente de R$ 1302.
Em nota, a STTU confirma que não vai pôr na pauta o reajuste da tarifa do transporte público municipal e que de fato recebeu do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (SETURN) e da Cooperativa do Transporte Opcional (TRANSCOOP NATAL) o pedido de inclusão da pauta de reajuste tarifário, mas que não vai tratar na reunião desta quinta-feira (26). A secretaria não respondeu quando pretende tratar a pauta.
Leia abaixo a nota na íntegra:
A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana-STTU vem a público esclarecer que na reunião ordinária do Conselho Municipal de Transporte e Mobilidade, agendada para a próxima quinta-feira (26), não está pautado o tema de reajuste da tarifa do transporte público municipal.
O assunto pautado para a próxima reunião do Conselho é o da metodologia adotada para pagamento do subsídio do transporte das gratuidades das pessoas idosas.A secretaria esclarece ainda que, de fato, na semana passada, recebeu do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (SETURN) e da Cooperativa do Transporte Opcional (TRANSCOOP NATAL) o pedido de inclusão da pauta de reajuste tarifário, mas que conforme já esclarecido, este assunto não será tratado na próxima reunião do Conselho.