Final de ano é sempre um momento de grande expectativa para o turismo no Rio Grande do Norte. A ocupação na rede hoteleira, que já foi boa no início de dezembro com o carnatal, também já mantém bons índices para o réveillon e se mantém com pequenas oscilações durante o mês de janeiro. Dezembro também é hora de realizar um balanço do ano que se passou e projetar o que está por vir. Natal será a capital brasileira com maior aumento de turistas estrangeiros em janeiro de 2024, segundo um levantamento divulgado pela Embratur.
Os dados divulgados pela agência, apontam que o número de visitantes estrangeiros no comparativo entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, Natal deve ter um aumento de 26%. Segundo a Embratur, Natal também concentrou o maior aumento em janeiro de 2023 em relação ao mesmo mês de 2022: 54,7%.
A Secretária de Turismo do RN, Solange Portela, afirma que o saldo positivo de 2023 se deu principalmente às ações conjuntas para atrair o turista para o estado: “O balanço do ano de 2023 para o turismo do Rio Grande do Norte foi positivo. Realmente pós pandemia nós retomamos, saímos na dianteira, como se diz. Fizemos diversas ações de promoção, tanto junto com agentes de viagem quanto operadoras de viagem. E o resultado é uma boa ocupação hoteleira e um movimento de turistas nas diversas cidades aqui do Rio Grande do Norte. Em Natal, a gente vê de uma forma mais explícita, pelo movimento, inclusive até de trânsito, mas principalmente pela ocupação hoteleira e nos restaurantes”.
Solange destaca ainda que o trabalho realizado pela Setur no processo de interiorização do turismo contribuiu para esse crescimento do setor: “ Em uma ação direta da Setur percebemos o fortalecimento da regionalização do turismo foi o trabalho para melhorar o modelo de gestão das regiões turísticas. Então, hoje, as 11 regiões turísticas estão com suas IGRs, suas instâncias de governanças, organizadas. Até criaram a associação para melhor fomentar o turismo da região, que termina contribuindo de uma maneira direta para a Setur trabalhar o turismo nas regiões”.
“A projeção para 2024 é otimista. Para o verão, de uma forma bem positiva, Natal e o Rio Grande do Norte sendo bastante procurados como um destino de férias. Estamos com diversos voos extras para esse período que vai movimentar ainda mais o nosso aeroporto, com boas expectativas ainda na gestão do aeroporto, quando a Zurique vai assumir. Então, isso vai estreitar as relações para a gente fomentar o turismo do Estado, além de ações em parceria com entidades importantes como o SENAC na parte de capacitação, o SEBRAE com turismo de base comunitária”, afirmou Solange Portela.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no RN (ABIH-RN), Abdon Gosson, também projeta bons resultados para o ano que está chegando, mas chama atenção para o alto valor das passagens: “O ano para o turismo potiguar foi bom, mesmo o Brasil não acompanhando o ritmo da retomada do turismo mundial, em virtude da pouca divulgação do país. Podemos citar países que, mesmo em recessão, investem mais que o Brasil, como é o caso da Argentina. Enfim, quem não aparece não é lembrado. Aqui no Rio Grande do Norte um gargalo tem sido o valor das passagens aéreas, pois como vivemos em um país de dimensões continentais, e sem estradas boas e acesso a trens, esse custo elevado inviabiliza muito o turismo. Mesmo com esses problemas, a perspectiva para 2024 é positiva, pois contamos com os voos fretados das grandes operadoras e tarifas hoteleiras bem atrativas. Atualmente nossa rede hoteleira possui mais de 50 mil leitos, o que permite recebermos facilmente mais de 60 mil turistas por dia no nosso destino. Imagine como seria espetacular esse povo deixando dinheiro na nossa economia e gerando emprego e renda para o setor que mais emprega no nosso estado”.
O empresário Habib Chalita presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares do Rio Grande do Norte (SHRBS), também afirma que ainda é necessário um maior apoio e atenção por parte dos poderes públicos, mas que as expectativas são boas: “Este ano não foi dos mais fáceis, mas só o fato de não estar ainda sob o medo da pandemia já foi uma vitória para o setor. Muitas empresas ainda não conseguiram se reequilibrar após o baque causado pelos casos de Covid e isso não é algo que se recupera rapidamente. Também é preciso que o poder público repense a questão de incentivos para o setor que tanto contribui para a economia e foi um dos mais afetados pela pandemia. Com relação ao ano que vem, temos, sim, boas expectativas. Claro que isso com os pés no chão, bem realistas. É algo difícil de se fazer, mas vamos trabalhar sempre buscando a recuperação e o crescimento dos nossos números de forma a contribuir com a geração de emprego e renda”.