“A prevenção ao suicídio se faz ao longo do ano todo, porém, um mês dedicado ao tema impulsiona uma campanha onde toda a sociedade participa através das mais variadas ações de psicoeducação”, afirma o médico psiquiatra, Gustavo Xavier.
Gustavo Xavier ressalta que há principais fatores que podem servir como sinais de alerta para identificar um problema de saúde mental: “Ter uma doença mental, em particular depressão, e uma tentativa prévia de suicídio. Na depressão, os principais sintomas são: humor deprimido durante a maior parte do dia, diminuição pelo prazer nas atividades, ganho importante de peso ou perda de peso, insônia persistente ou sonolência excessiva, agitação, lentidão psicomotora, fadiga, perda de energia, sentimento de culpa, diminuição na concentração, pensamentos e planos suicidas”.
Atualmente, com as redes sociais, muitos jovens se veem depressivos e inseguros quanto ao futuro, em função de vidas perfeitas estampadas nas redes sociais, onde todos parecem que são felizes, mas o cenário por trás disso, é bem diferente do que é exibido. Essa condição, faz com que se tenha um maior índice de jovens com transtornos de ansiedade ou até mesmo tirando a própria vida: “Acredita-se que este aumento entre jovens esteja relacionado a doenças mentais não tratadas corretamente, falta de acesso ao tratamento e uso de drogas lícitas e ilícitas.
Segundo dados do Ministério da Saúde, em setembro de 2022, entre 2016 e 2021, houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil”.
Para o especialista, os principais gatilhos podem ser sinais de alerta de que algo está acontecendo, é necessário compreender alguns fatores para perceber os sinais de que algum parente ou amigo necessita de ajuda. Em muitos casos, a doença é silenciosa e muitas pessoas não sabem para quem pedir ajuda: “Acolher a pessoa, principalmente escutar o que ela tem a dizer, sem julgamentos ou ‘sermões’, mostrar que pode ser um transtorno mental e levá-la ao serviço de saúde mais próximo”.
O RN e a saúde mental
De acordo com o psiquiatra Gustavo Xavier, todos podem ajudar percebendo os principais sinais de risco e levando o paciente a um profissional de saúde: isolamento social, mudança brusca de comportamento, tristeza que não passa, traumas psíquicos na infância, doenças crônicas em fase terminal, uso de drogas, impulsividade, eventos estressores recentes, planejamento em tirar a vida, entre outras situações graves, que devem ser avaliadas principalmente pelo médico psiquiatra.
Conforme dados da SMS (Secretaria Municipal de Saúde), há 77 leitos em diversos hospitais de Natal, 80 no João Machado e 150 no Severino Lopes. Destacando o número aproximado de ações de prevenção desenvolvidas em cada serviço no ano de 2023: CAPS Oeste: 5.512, CAPS AD Leste: 17.066, CAPS AD Norte: 9.017, CAPS III Leste: 13.857, CAPS I: 5.477 e APTAD: 5.442.
“Esses números retratam as seguintes ações: Acolhimento, consultas psiquiátricas, grupos operativos em saúde mental, matriciamento, oficinas terapêuticas, escuta individual e coletiva da psicologia, entre outros”, informa a secretaria, acrescentando que para ter acesso a esses serviços ‘porta-aberta’, basta procurar um dos locais de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, informa a SMS.