Após ser eleito para um mandato de oito anos, ex-ministro aguarda resultado do segundo turno para definir atuação
A governador Fátima Bezerra, a partir desta eleição de 2022, consolidou a sua condição de maior liderança política do Rio Grande do Norte, mesmo sabendo que o seu partido, o Partido dos Trabalhadores (PT), conduzido por várias alas internas que se distanciam e se unem de acordo com a conveniência desses grupos. E mesmo que o seu principal desafeto dentro da sigla, Fernando Mineiro, tenha conseguido alcançar uma votação superior a 80 mil votos e alcançado a sua eleição de deputado federal, a liderança política de Maria de Fátima Bezerra é inconteste e deverá conduzir a ala situacionista de forma a tentar conquistar o comando de várias prefeituras potiguares, inclusive a de Natal, nas próximas eleições de 2024.
Vitorioso na última eleição quando derrotou o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves e se elegeu Senador da República para mandato de 2023 a 2031, Rogério Simonetti Marinho se tornou a maior liderança política da oposição em atividade no estado e a partir de 2023 deverá começar a organizar o sistema oposicionista, tentando garantir o controle de um maior número de lideranças e de prefeituras interioranas, embora o seu olhar deverá estar voltado, principalmente, para os maiores colégios eleitorais, hoje oposicionistas, que são Parnamirim, Mossoró e Natal.
Enquanto a governadora Fátima Bezerra terá o trabalho de conquistar prefeitos e lideranças interioranas que lhe emprestaram apoio através de lideranças estaduais maiores, o senador eleito Rogério Marinho terá que ter muita habilidade para manter unidas na oposição as lideranças políticas tais como José Agripino – que hoje exerce o papel de coordenador com o seu prestígio em nível nacional e na vice-presidência de um dos partidos de grande bancada, o União Brasil – e Álvaro Dias, com significativo capital eleitoral no principal reduto do estado, além dos deputados federais eleitos pela oposição João Maia, Robinson Faria, Paulinho Freire e General Girão.
Juntamente com o prefeito Álvaro Dias e coadjuvantes políticos, Rogério Marinho obteve 160.575 votos na Capital, enquanto que o seu adversário, o ex-prefeito Carlos Eduardo, juntamente com a força política do PT venceu o eleito senador por uma maioria de apenas 3.203 votos, obtendo 163.778 votos.
A eleição do 2º turno para definir quem irá governar o país pelos próximos quatro anos e que irá acontecer nos próximos 5 dias definirá quem poderá ter um melhor desempenho na condução da política tupiniquim, tanto na situação, quanto na oposição.
Se Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for o eleito, a governadora Fátima Bezerra vai estar mais fortalecida e terá muito mais facilidade para consolidar um plano de comando do Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Norte.
Por outro lado, caso Jair Messias Bolsonaro (PL) seja o vitorioso para continuar o seu trabalho de consolidar os planos progressistas da direita na condução do país, o senador Rogério Marinho conquistará musculatura política e terá caminhos alternativos para fortalecer o sistema oposicionista no seu estado. Ele tem prestígio com o presidente Bolsonaro para voltar a ocupar um dos ministérios ou permanecer no Senado Federal com influência imensurável na gestão federal.
O resultado da eleição do 2º turno vai dar o grau do fortalecimento de cada uma das maiores expressões da política potiguar no momento, com Rogério Marinho na oposição e Fátima Bezerra, na situação.