“Sem o FPM, os municípios tendem a parar”, afirmou o presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), Luciano Santos, ao comentar a mobilização que os prefeitos potiguares farão no próximo dia 30 de agosto, em reivindicação a uma maior participação na divisão de tributos e pela elevação em 1,5% das receitas do Fundo de Participação dos Municípios, de 22,5% para 24%. Ele disse que o objetivo é mostrar à sociedade as dificuldades financeiras vividas pelos municípios hoje, no cumprimento de suas funções institucionais.
Prefeito do município de Lagoa Nova, Luciano explicou que a situação das prefeituras potiguares piorou bastante com a queda do FPM e que a situação está ainda mais grave com a retenção das emendas parlamentares pelo governo federal. As transferências eram efetuadas normalmente até a primeira quinzena do mês de agosto, mas que a deste mês foi quase 21% menos que a do ano passado. “Os municípios de todo o país estão sofrendo e, com a queda do FPM, os municípios tendem a parar”, afirmou.
Pelo menos, 52% dos municípios do Rio Grande do Norte estão com dificuldades para honrar os compromissos com a folha de pagamento dos servidores municipais, com a retenção por parte
do governo federal
Os prefeitos defendem que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 25/22, que trata do aumento do repasse de 1,5% do Fundo de Participação para os municípios seja aprovada no Congresso Nacional, aliada a solução dos problemas gerados pela configuração do Imposto de Renda da Pessoa Física e Jurídica, que aumentam o volume de lotes de restituições, gerando menor valor consolidado no FPM e consequente redução na composição orçamentária desses entes federados que são absolutamente dependentes dessa modalidade de transferência.
Segundo Luciano, o percentual de 1,5%, de aumento do Fundo de Participação dos Municípios é irrelevante para a União, que fica com quase 70% do bolo tributário, e essencial para os municípios, que percebem aproximadamente 18%. “Caso aprovado, o aumento do repasse do FPM ajudará na continuidade dos serviços prestados, incluído o pagamento dos servidores, e o enfrentamento dos problemas decorrentes da tipologia dos municípios potiguares com cerca de 147 com território total ou parcial no semiárido e 129, com coeficiente entre 0,6 e 0,8, da aludida tabela de transferência constitucional”.
A expectativa é que pelo menos 117, das 167 cidades potiguares, paralisem suas atividades administrativas no próximo dia 30, “com exceção dos serviços de saúde, que serão mantidos”. De acordo com dados da Femurn, pelo menos 52% dos municípios do Rio Grande do Norte estão com dificuldades para honrar os compromissos com a folha de pagamento dos servidores municipais com a retenção por parte do governo federal.Luciano Santos diz que ato de 30/08 é por maior participação na divisão de tributos e elevação em 1,5% das receitas do FPM