O Sebrae no Rio Grande do Norte marcou presença ativa na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que acontece em Belém (PA) até o próximo dia 21, reafirmando o protagonismo do estado em iniciativas de protagonismo energético e economia de impacto. Dentro da programação de quinta-feira (13), o diretor técnico da instituição, João Hélio Cavalcanti, participou da abertura das atividades do espaço Sebrae, localizado na greenzone do evento. A parte da manhã foi dedicada ao tema “Transição Energética & Processos Industriais”, e iniciou com o painel “Jornadas de Eficiência Energética para Indústria”, mediado por Andreza Aruska, diretora do Brazil Institute Kings College London, e contou com Jorge Arbache, economista da Universidade de Brasília.
Durante o debate, Arbache abordou o conceito de eficiência energética sob diferentes perspectivas — local e global — ressaltando que a adoção de tecnologias mais eficientes pode reduzir custos e emissões em múltiplas escalas, desde o ambiente doméstico até os sistemas elétricos nacionais. Ele destacou que o principal desafio da COP está na busca por tecnologias e financiamentos para a transição energética, já que o mundo precisará praticamente dobrar a produção de energia até 2050 para atender à demanda crescente. “A energia está se tornando o centro nevrálgico da economia global”, enfatizou o economista.
Ao comentar o painel, João Hélio Cavalcanti reforçou a importância de incluir os pequenos negócios no processo de transição energética, garantindo que as soluções sustentáveis alcancem os territórios e empreendedores locais. “A eficiência energética e a descarbonização só serão completas se incluírem quem está na base da economia”, pontuou o diretor técnico do Sebrae-RN.
Na sequência, Cavalcanti integrou a programação do pavilhão da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), também na Green Zone, participando do painel “Rede Simpacto: As políticas de impacto subnacionais e a agenda climática”. Ele apresentou o case do Rio Grande do Norte, pioneiro no país na criação de uma Estratégia Estadual de Economia de Impacto, instituída pela Lei n.º 10.483/2019, que estabeleceu a Política Estadual de Investimentos e Negócios de Impacto Social.
“Fomos o primeiro estado a sancionar uma lei voltada à economia de impacto, o que demonstra vontade política e compromisso com a transformação social. Já contamos com mais de 40 instituições participando do ecossistema de impacto no Rio Grande do Norte, o que mostra que não se trata apenas de governo, mas de uma rede colaborativa que faz a diferença”, destacou Cavalcanti.
O painel terminou com o lançamento do Portal Impacta Brasil, iniciativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A plataforma — disponível em impactabrasil.mdic.gov.br — é a primeira vitrine virtual dedicada a conectar investidores a negócios com impactos socioambientais positivos em todo o território nacional.
Representando o Rio Grande do Norte – com o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-RN, Itamar Manso e a gerente do Polo Sebrae de Energias Renováveis – João chegou na conferência, na segunda-feira (10), e desde então tem mantido uma agenda de articulações com diversos atores estratégicos. Entre as ações, destacou-se a assinatura de um termo de cooperação com a Caixa Econômica Federal, que faz do RN o primeiro estado a firmar parceria para investimentos voltados à conservação e ao desenvolvimento sustentável do bioma Caatinga. A iniciativa deverá impulsionar ações de compensação socioambiental e inclusão produtiva nos territórios potiguares.
“Temos dialogado com representantes de empresas, consórcios e governos sobre oportunidades que unam desenvolvimento e sustentabilidade. No caso da Caatinga, queremos transformar o potencial natural do território em vetor de geração de renda e preservação ambiental”, afirmou o diretor técnico.
A participação do Sebrae-RN na COP 30 reforça o compromisso da instituição em posicionar o Rio Grande do Norte como referência em inovação sustentável, economia de impacto e transição energética justa, conectando os pequenos negócios às soluções que moldarão o futuro da economia verde.

