“O que se espera de um presidente do Senado é que ele seja um árbitro, que não tome parte e não seja obstáculo para ações do Legislativo e do Executivo”, afirmou o senador eleito Rogério Marinho (PL), durante o lançamento oficial da sua candidatura à Presidência do Senado Federal para o biênio 2023-2024. Suas palavras foram entendidas como uma crítica direta à atuação do atual presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que concorrerá à reeleição, na eleição prevista para o dia 1º de fevereiro, quando terá início aos trabalhos legislativos de 2023.
“O papel do legislativo é votar e discutir, o que não tem acontecido, inclusive, nos últimos tempos. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado se reuniu esse ano seis vezes. Isso, prejudicou a qualidade da produção legislativa do parlamento brasileiro. Isso não é ser contra ou a favor de ninguém, na verdade, é impedir que o exercício pleno de quem legisla seja exercido. E nós não faremos nem agiremos dessa forma. Temos interesse de permitir que haja o exercício pleno de se legislar”, falou.
Para ser eleito, Rogério precisa ter a maioria absoluta dos votos, ou seja, 41 votos dos 81 parlamentares que compõem o Senado. Nesse trabalho de convencimento e conquista de votos, o ex-ministro do Desenvolvimento Regional do governo Jair Bolsonaro (PL) se comprometeu, entre outras coisas, a reconhecer as decisões que forem tomadas pela maioria na Casa; colocar as iniciativas que vierem do governo Lula dentro do trâmite normal do Senado e conversar com atores políticos que tenham os mesmos propósitos que ele.
“A maioria que for estabelecida, será conhecida. As iniciativas que vierem do governo serão recepcionadas e colocadas dentro do trâmite normal da Casa. Temos, evidentemente, uma enorme responsabilidade. Estamos preparados para fazer uma candidatura que seja boa para o Brasil, para os brasileiros, e para a nossa democracia. Não somos candidatos contra ninguém. Vamos trabalhar para um Senado que contribua para um desenvolvimento do nosso país”, afirmou Rogério.
Ao lado do senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) e de outros parlamentares do partido, Rogério Marinho não citou o nome do presidente Bolsonaro durante seu pronunciamento. Sem falar sobre sua passagem pelo governo federal, ele fez questão de destacar que sua candidatura é uma resposta do PL à transição política vivida atualmente no país e que seu nome representa o consenso dentro da legenda.
SEM RESPOSTAS
A reportagem do Diário do RN tentou ouvir os senadores potiguares que terão direito a voto no dia 1º de fevereiro – Styvenson Valentim (Podemos) e Zenaide Maia (Pros), à tarde e noite desta quarta, sem sucesso. A senadora preferiu manter o silêncio sobre seu voto. Styvenson não atendeu nem retornou as ligações, nem as mensagens de whatsapp.