No mês de março, o Rio Grande do Norte registrou um acúmulo de precipitações acima do esperado. Em média, choveu em torno de 220 mm, superando em cerca de 45% a quantidade estimada para o período, que era de cerca de 153 mm. Conforme o parecer do meteorologista da Emparn, Gilmar Bristot, com base em uma pesquisa realizada pelo órgão. Segundo ele: “Até o final deste mês, a previsão é que as chuvas intensas continuem atingindo os municípios. O principal alerta é para os dias 4 a 6, com acumulados de água acima de 50 mm”.
Entre as áreas com maiores acumulados, estão a Central, com, em média, 252,4 mm, o que supera os 147, 6mm esperados. Gilmar Bristot explica que, entre os principais motivos para as chuvas intensas, está o maior aquecimento do oceano atlântico, com temperaturas variando entre 29°C e 30°C, o que alimenta as zonas de convergência e libera mais umidade. É uma condição inédita, esclarece, uma vez que o ideal é que os valores fiquem abaixo de 28°C.
O cenário de maior aquecimento dos oceanos, conforme o meteorologista, ainda é uma dúvida entre os cientistas. “Sabemos que há influências das mudanças climáticas, temos mudanças nas correntes marítimas. O oceano atlântico sul abrange toda a sua extensão. Há uma preocupação quanto ao aquecimento que está se mantendo desde setembro de 2023”, complementa Gilmar.
Uma das consequências da liberação desse calor é a chuva intensa que atinge as cidades, com a previsão de continuidade na Faixa equatorial do Nordeste nos próximos dias. Gilmar Bristot adverte, no entanto, que as precipitações dos últimos meses são diferentes das observadas no início dos anos 2000. Durante esse período, o Rio Grande do Norte teve uma grande quantidade de precipitações com a distribuição de precipitações em todo o território. Nesta ocasião, as precipitações se concentram em certas áreas.