O Rio Grande do Norte possui 253 mil hectares – que correspondem a 2,41% de seu território – ocupados por 11 unidades de conservação estaduais (UCs). Juntas, elas protegem 2,14% da área continental e 14,53% da área marinha do estado, segundo informações do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema/RN).
Com essa cobertura, grande parte das riquezas naturais do RN está preservada e contribui para estudos acadêmicos, turismo sustentável e outras atividades, especialmente as áreas de mata atlântica e alguns trechos da caatinga. A classificação de uma UC segue o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
Conforme a gestora da Unidade de Biodiversidade do Idema/RN, Iracy Wanderley, unidades de conservação “são espaços territoriais que têm atributos ecológicos, culturais e geológicos que necessitam de proteção”. A definição vai ao encontro da Lei nº 9.985/2000, que instituiu o SNUC no Brasil.
Iracy aponta que as UCs estão divididas em dois grupos: as de proteção integral, que permitem apenas o “desenvolvimento de pesquisas científicas, educação ambiental e visitação turística, sempre com fins educativos e de pesquisa”; e as de uso sustentável, “onde são permitidos o uso e a ocupação obedecendo aos pilares da sustentabilidade”.
Um exemplo de UC de proteção integral é o Parque Estadual Mata da Pipa, em Tibau do Sul. Já uma UC de uso sustentável é a Área de Preservação Ambiental Jenipabu, em Natal e Extremoz, onde há uso turístico e ocupação imobiliária.
Expectativa é de mais unidades
Esses espaços territoriais conhecidos como unidades de conservação “têm atributos ecológicos e culturais que necessitam de proteção sendo importante a sua preservação”, diz Iracy, que também é geógrafa. Segundo a profissional, o primeiro passo para caracterizar uma UC é a realização de estudos multidisciplinares – “que vão estudar fauna, flora e estrutura geológica, tudo que tem de bens naturais”. Os estudos apontam para os aspectos ambientais, sociais, culturais e econômicos da caracterização das UCs. Depois, os estudos são apresentados para a sociedade, em audiências públicas.
A gestora de Biodiversidade conclui enfatizando que a participação da população nos processos de criação de UCs é relevante, bem como que conheça as unidades. “[Esperamos] que os turistas visitem as áreas e que elas sejam mais divulgadas. Nós já temos um processo de divulgação por parte do Idema, por parte do Governo do Estado, mas é muito importante que toda a sociedade se aproprie das nossas unidades de conservação, porque são espaços educativos e recreativos”. Assim, “vamos ampliar as estratégias de proteção dessas áreas tão importantes em tempos de crise climática, de todo o recrudescimento dos nossos problemas ambientais”.
Em solo potiguar, a gestão das unidades de conservação compete ao Idema/RN, por meio do Núcleo de Unidades de Conservação (NUC).
- Área de Proteção Ambiental Bonfim-Guaraíra;
- Área de Proteção Ambiental Dunas do Rosado
- Área de Proteção Ambiental Jenipabu;
- Área de Proteção Ambiental Piquiri-Una;
- Área de Proteção Ambiental dos Recifes de Corais;
- Parque Ecológico do Cabugy;
- Parque Estadual Dunas do Natal “Jornalista Luiz Maria Alves”;
- Parque Estadual Florêncio Luciano;
- Parque Estadual Mata da Pipa;
- Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão;
- Monumento Natural Caverna – Mona Martins.