Reide Natal/Rio de Janeiro
O dia 23 de março de 1952, era um desses domingos ensolarados, como soe acontecer, na bela Capital do nosso Estado, quando cinco remadores, deram início a uma das mais arrojadas aventuras dignas dos maiores encômios.
Dali, da garagem do Sport Clube de Natal, ao som de uma banda de música e dos aplausos de uma multidão entusiasta, postada ao longo do cais do porto, os nossos esportistas partiram com destino ao Rio de Janeiro, em uma frágil embarcação, construída por eles próprios, e batizaram com o nome de RIO GRANDE DO NORTE. Várias embarcações formaram um cortejo até a saída da barra.
Tudo correu bem até se aproximarem da costa sergipana, quando ao tentarem chegar a praia de Mangue Seco, aconteceu o inesperado, uma onda mais forte arremessou-os de encontro aos arrecifes, espatifando a iole da qual só salvaram os remos e, graças a Deus, as suas preciosas vidas.
A tripulação da Iole Rio Grande do Norte era composta dos remadores, Ricardo da Cruz, Antônio de Souza Duarte, Clodoaldo Baker, Francisco Madureira e Oscar Simões. Os três primeiros eram funcionários da Administração do Porto de Natal. Francisco Madureira e Oscar Simões, residiam no Rio de Janeiro e vieram para Natal com a finalidade de participar daquela aventura.
Uma corveta da Marinha de Guerra foi designada para trazer de volta a Natal os nossos heróis que, ao chegarem, deram início a construção de outra iole, com a finalidade de prosseguir aventura interrompida.
Concluída a nova iole, que recebeu o nome RIO GRANDE DO NORTE II, mais uma vez a Marinha prontificou-se em levar o barco e seus tripulantes para Sergipe, de onde partiram para a segunda etapa daquele evento. Nessa etapa os remadores, Francisco Madureira e Clodoaldo Baker, foram substituídos por Luís Enéas e Walter Fernandes, respectivamente.
A etapa final recomeçou da praia de Mangue Seco, onde teve o desfecho inesperado da primeira fase.
No dia 21 de maio de 1953 aportaram no Rio de Janeiro onde foram recebidos pelo então, Vice-Presidente da República, Dr. João Café Filho, norte-rio-grandense, de forma honrosa recepcionou os seus heróis coestaduanos.
Muitas homenagens foram-lhes prestadas naquela ocasião, na antiga Capital do País e, ao regressarem para Natal, também tiveram seus justos momentos de glórias.
A Iole RIO GRANDE DO NORTE II, até alguns anos atrás, estava guardada nas dependências do Sport Clube de Natal, na Rua Chile, na Ribeira. Creio que ainda se encontra ali.
Com informações livro: Lá pelos idos de TUPINAMBÁ (Dos quatro aos oitenta e quatro) – José Tupinambá de Macedo.