A Prefeitura de Natal, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), iniciou na manhã desta terça-feira (17) as ações de educação ambiental para a implementação do Projeto Eco Bueiros na Ribeira, uma das regiões mais afetadas pelos alagamentos na capital potiguar.
A iniciativa une tecnologia simples e participação comunitária para enfrentar um dos maiores problemas urbanos da cidade: o descarte irregular de lixo e seus impactos na drenagem. O projeto foi apresentado a moradores, comerciantes e ambulantes da Rua Frei Miguelinho e da Avenida Tavares de Lira, áreas estratégicas da Ribeira.
Até o final de 2025, a expectativa é que 47 Eco Bueiros sejam instalados na região. Os dispositivos funcionam como filtros internos nas bocas de lobo, retendo resíduos sólidos — como garrafas PET, embalagens plásticas, isopor, folhas e até pequenos utensílios — antes que o lixo chegue à rede de drenagem pluvial e, consequentemente, ao Rio Potengi.
“Eles atuam como uma peneira, capturando resíduos flutuantes e impedindo o entupimento dos sistemas de drenagem”, explicou Alexandre Borges, chefe do Setor de Educação Ambiental e Biblioteconomia (SEAB) da Semurb.
Segundo o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, Natal gera cerca de 800 toneladas de lixo por dia, das quais 30% poderiam ser recicladas. Contudo, o descarte irregular ainda é um problema persistente, especialmente durante o período chuvoso, quando o lixo arrastado causa obstruções e alagamentos frequentes.
“A maior parte dos alagamentos acontece justamente porque o lixo é jogado nas ruas e acaba entupindo os bueiros”, detalhou o biólogo Tarciso Sampaio, também da Semurb. Moradores confirmaram o problema. “Infelizmente, boa parte desse lixo vem da própria população. Educação é o que pode mudar de fato essa realidade”, afirmou o comerciante Edmilson dos Santos.
Além da instalação dos Eco Bueiros, o projeto inclui a colocação de novas lixeiras pela Urbana e ações educativas de conscientização ambiental. A proposta é envolver a comunidade para reduzir o descarte irregular e contribuir com a conservação dos espaços urbanos e naturais.
A Semurb destaca que a iniciativa, articulada com outras políticas públicas de educação ambiental, representa um avanço importante para uma cidade mais limpa, resiliente e sustentável.