O primeiro ano de implantação do Projeto Algodão Agroecológico Potiguar (PAAP) envolveu 254 famílias de agricultores e agricultoras familiares, área plantada de 339,5 hectares, produção total de 117 toneladas de algodão e R$ 500 mil comercializados.
O PAAP foi lançado em 21 de dezembro de 2021 com o objetivo de resgatar a cultura do algodão com base agroecológica, manejo adequado à proteção do meio ambiente e acesso ao mercado com comercialização justa. Neste primeiro ano, o projeto está em 102 comunidades de 40 municípios e já colhe os primeiros frutos. “Este é um desafio ousado e temos como meta chegar à produção em mil hectares envolvendo mais de 800 famílias em 2023. Isto em um contexto do desenvolvimento sustentável e de proteção ao meio ambiente. Não tenho dúvidas do êxito do projeto pelo arranjo institucional e comprometimento das partes, o que é imprescindível para o sucesso e para a geração de trabalho e renda para nosso povo”, destacou a governadora Fátima Bezerra na abertura do 1º Seminário Estadual de Avaliação do Projeto Algodão Agroecológico Potiguar, nesta quarta-feira (23), no Auditório da Emater-RN. O titular da Sedraf, Alexandre Lima ressaltou que o resgate da cultura do algodão no RN “acontece com novo modelo de produção e comercialização garantida a partir de preço justo. O Governo do Estado garante políticas públicas para atender às famílias e promover desenvolvimento econômico e social sustentável. Em 2023, vamos fazer melhor e chegar a mil hectares de algodão implantado no RN”, reforçou.
Alexandre Lima enfatizou que o projeto não é só do Governo do RN, mas também das instituições e de todo o RN. “Ouvimos os setores desde a concepção do projeto que funciona como um grande guarda-chuva de ações para fazer ressurgir a cadeia produtiva do algodão em novas bases, com novo paradigma tecnológico, produtivo e de comercialização para darmos um passo adiante a partir dos princípios da agroecologia. Assim produzimos algodão em consórcio com culturas alimentares como milho, feijão, gergelim, e culturas para ração animal”.
NOVAS PARCERIAS
Em 2023, o Sebrae-RN, além da Embrapa Algodão, também se soma aos parceiros do PAAP, que já conta com o Instituto Casaca de Couro, Diaconia, Central Justa Trama, Acopasa, Rede Xique Xique, Norfil, FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e Secretarias Municipais de Agricultura.
Diretor-técnico do Sebrae RN, João Hélio disse que o órgão tem experiência com algodão na região Seridó “e agora se soma a essa nova experiência do Governo do Estado que é economicamente viável e sustentável. Considero que este é um projeto que vem para ficar”.
O representante da FAO para o Brasil, Gustavo Chianca, declarou que a agência internacional especializada em Agricultura e Alimentação tem entre seus objetivos a erradicação da fome e da pobreza. “Este evento mostra que estamos neste caminho, por que resgata a agricultura familiar. O RN se torna aliado da FAO pelas boas práticas aqui que servirão como exemplo e modelo para outros países”.
O chefe da Embrapa Algodão, Alderi Emídio, classificou a importância do seminário como um momento histórico. “Vemos que o RN saiu na frente na cultura do algodão agroecológico. A Embrapa considera o projeto e o seu arranjo institucional como fortalecedor da cadeia produtiva e também como inclusão social pela produção consorciada com alimentos. A Embrapa entra de corpo e alma neste projeto”.