Dirigida e escrita por César Ferrario, com a colaboração de Márcio Benjamin na dramaturgia, “Clenyldes e Clenôrys – ou A IRRESOLUTA HISTÓRIA DE PARAÍSO, a maior pequena cidade do mundo”, é uma obra teatral que se inspira no universo do realismo fantástico latino-americano, desde Gabriel García Márquez até Dias Gomes, sem esquecer o rico repertório cordelístico do Nordeste, constituindo um conjunto de referências. A peça estreia nesta sexta-feira (05), com uma sessão às 20h, e no sábado (06), com duas sessões, a primeira às 16h e a segunda às 20h, no Teatro Alberto Maranhão. A temporada de estreia tem entrada gratuita, garantindo a democratização e acesso ao teatro. Os ingressos serão distribuídos na bilheteria do TAM uma hora antes do espetáculo.
O elenco, composto por Titina Medeiros, Nara Kelly, Dudu Galvão, Ananda K, Camille Carvalho, Tiquinha Rodrigues, Yves Fernandes, Robson Medeiros e Toni Gregório, desdobra-se em diversos personagens. Apesar da centralidade das gêmeas Clenyldes e Clenôrys, fio condutor e o embrião de toda a narrativa, a trama se desenvolve de forma circular, das bordas para o centro.
A história se passa na fictícia cidade de Paraíso, com uma geografia imprecisa e difícil de posicionar no espaço e no tempo. As informações sobre ela nos chegam de maneira fragmentada, através do sinal esquivo da Rádio Paraíso, na voz rouca do seu locutor. Descobrimos que é dia de festa, véspera de Santo Antônio, uma data sempre animada pelo astro maior da localidade, Toninho Gogó de Aço. É também o dia em que as gêmeas “Clenyldes e Clenôrys” nascem, em uma mistura de felicidade extrema e profunda tristeza, pois Clênia, a matriarca, morreu logo após dar à luz.
O espetáculo narra os eventos subsequentes, desde os repetidos festejos e aniversários das gêmeas até a ascensão do Coronel Ortiz e sua tropa, que impõem um período sombrio à cidade. É nesse contexto que as circunstâncias levam “Clenyldes e Clenôrys” a confrontarem o Coronel, levando a história ao seu desfecho.
A direção de arte é assinada por João Marcelino, com design de luz de Ronaldo Costa, e direção musical de Caio Padilha.
“Clenyldes e Clenôrys” explora a dualidade universal presente no pensamento humano, desde que nos tornamos conscientes. Essa estrutura narrativa, além de seu apelo filosófico, atende aos preceitos das expressões populares, uma premissa das produções da Casa de Zoé.