A suspensão dos atendimentos, por parte dos médicos vinculados a Cooperativa Médica do RN (Coopmed-RN) que prestam serviço à Prefeitura do Natal, aconteceu no dia 24 de novembro. Nesta terça-feira, já são 13 dias de paralisação acompanhados do total silêncio por parte da Prefeitura que em nenhum momento respondeu aos questionamentos quando procurada pela reportagem e do Diário do RN, assim como mostram também os relatos de outros veículos de imprensa da capital.
Enquanto isso, os natalenses que procuram as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), o Hospital dos Pescadores, o Pronto-Socorro Ortopédico do Município de Natal ou qualquer outro serviço de saúde do município, enfrentam dificuldades para receber atendimento.
Esse é o retrato da saúde da capital hoje: de um lado médicos reivindicam o pagamento pelos serviços prestados com valores atrasados desde o mês junho. Do outro lado, pacientes que adoecem ou sofrem traumas sem direito a um tratamento digno. Foi exatamente essa a situação registrada no início da tarde de segunda-feira pela reportagem do Diário do RN. Na UPA de Cidade Satélite, um médico plantonista atendia toda demanda e muitos eram estimulados a ir embora sem receber nenhum cuidado. “Eles recomendam que a gente procure outra unidade ou vá para casa porque só tem um médico. Já esperei mais de 3 horas e tô indo embora sem ver a cara do médico” desabafou um dos pacientes ao deixar a sala de espera. Já uma adolescente acompanhada da mãe buscou atendimento com suspeita de fratura no pé. No local, foi avisada que a unidade não está fazendo radiografia e que não havia quem pudesse avaliar o quadro. Por fim, ouviu que o “máximo a ser feito” seria receitar algo para amenizar a dor e que ela teria que procurar outro estabelecimento.
Outras categorias profissionais que também prestam serviço nas unidades de saúde também acabam prejudicadas pelo descaso com a população. Segundo a enfermeira Érica Galvão, que também é diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (Sindsaúde-RN), existem profissionais da enfermagem sendo vítimas de agressões por conta da falta de atendimento. “Estamos tentando conversar com a SMS [Secretaria Municipal de Saúde], mas até agora ela ainda não soltou nenhuma nota oficial. Hoje (segunda), já faz 12 dias da paralisação e estão faltando médicos nas UPA’s, faltou obstetra na maternidade, o único pronto-socorro ortopédico do município está fechado há 12 dias. É um absurdo o que a Prefeitura está fazendo com a população”, relata.
A Cooperativa Médica (Coopmed-rn) também foi procurada pela reportagem para falar sobre as negociações com a Prefeitura de Natal. Por meio da assessoria, informou a única reunião até o momento aconteceu na última quinta-feira (1), com a participação do presidente da Coopmed e outros diretores, o secretário municipal de saúde George Antunes e outros representantes da Prefeitura de Natal, mas de lá para cá não houve qualquer avanço nas tratativas.