O café está a caminho de sua mais longa sequência de vitórias desde 1980, enquanto o mercado lida com preocupações persistentes de oferta em regiões chave de cultivo.
Os futuros da variedade arábica, preferida por empresas como a Starbucks, subiram até 2,4% nesta terça-feira (4), atingindo outro recorde. O grão premium avançou pelo décimo dia e está sendo negociado a pouco menos de US$ 4 por libra, após dobrar de preço no último ano.
A escassez no Brasil, o maior produtor de arábica, continua a preocupar os comerciantes, já que embarques recordes no início da temporada significam menos disponibilidade de oferta agora. Na segunda-feira (3), o exportador brasileiro Comexim afirmou que a produção do país de grãos arábica e robusta mais baratos deve diminuir na safra de 2025-2026.
Os estoques mantidos em armazéns monitorados pela bolsa estão agora no nível mais baixo desde novembro. Ainda assim, um recente aumento na quantidade de café aguardando classificação pode proporcionar algum alívio para as apertadas ofertas na bolsa.
Uma queda nos estoques certificados continuaria a alimentar preocupações sobre as ofertas, disse Harry Howard, corretor da Sucden Financial, em nota desta terça.
Enquanto isso, “os indicadores técnicos ainda parecem aquecidos”, afirmou o corretor. O índice de força relativa do arábica permanece próximo ao território de sobrecompra, um sinal de que os preços podem ter subido demais e muito rápido.
As lavouras nas principais áreas de cultivo de arábica do Brasil também estão agora programadas para ver chuvas mais esparsas e clima seco mais intenso, após um aumento nas chuvas na semana passada.
Isso pode ser benéfico em regiões como São Paulo e sul de Minas Gerais, onde a alta umidade criou o risco de doenças fúngicas, disse a meteorologista Nadiara Pereira, da Climatempo, em uma nota.
Mas as lavouras mais ao norte, incluindo no Espírito Santo e na Bahia, podem enfrentar estresse térmico após uma sequência de clima mais seco, apontou Pereira.
Com informações da Folha de São Paulo