CANDIDATO
Prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, tem mantido silêncio estratégico em relação a sua candidatura ao governo do Estado. E essa postura tem provocado inércia operacional dos dois grupos políticos que podem disputar contra ele o pleito do próximo ano.
ESTRATÉGIA
A estratégia de Allyson está correta. Porém, o grupo liderado pelo senador Rogério Marinho e o outro, liderado pela governadora Fátima Bezerra, fazem uma leitura equivocada do cenário e isso só beneficia o prefeito de Mossoró.
ADVERSÁRIO
Hoje, a militância política e midiática do PT e da governadora beneficia Allyson com seu silêncio, acreditando que o prefeito não vai crescer e poderá ser um importante aliado num eventual segundo turno em que Cadu Xavier disputaria contra Rogério Marinho ou o candidato apoiado por ele.
ADVERSÁRIO II
Já a turma de Rogério pensa da mesma forma: A disputa final será entre o candidato apoiado por Lula (Cadu) e o nome ungido pelo bolsonarismo. Dessa forma, Allyson será um grande cabo eleitoral no segundo turno.
EQUÍVOCO
O problema é que, enquanto os dois grupos -de Fátima e de Rogério- evitam tratar Allyson como adversário, o prefeito mossoroense anda livre, leve e solto pelo interior, sendo tratado como possível aliado. O resultado disso é o natural crescimento de sua candidatura junto ao eleitorado, fruto de erro estratégico de dois grandes grupos.
EQUÍVOCO II
Os grupos de Fátima e Rogério acreditam que comandam politicamente o processo pelo fato de que dispõem de prefeitos e lideranças políticas em todo o Estado e que Allyson não tem líderes consistentes a apoiar sua candidatura. Isso até que é verdade. O problema é que Allyson está tentando crescer junto ao eleitorado; a classe política vem depois.
RESULTADO
Se Allyson crescer junto ao eleitorado, quando a classe política apoiadora de Fátima e Rogério chegar com seus respectivos candidatos, vai se tornar mais difícil mudar o voto que o eleitor possa ter escolhido de forma espontânea.
PASSADO
Em 2002, havia dois grandes grupos políticos disputando a eleição no RN: Um, liderado pelo grupo Alves, que apoiava a reeleição do então governador Fernando Freire. O outro, liderado pelo então senador José Agripino, que apoiava a candidatura do senador Fernando Bezerra. Eis que surge uma outra candidatura, a de Wilma de Faria, que havia renunciado à Prefeitura de Natal para ser candidata ao governo.
PASADO II
Fernando Freire e Fernando Bezerra fizeram a equivocada leitura que Wilma era ‘café com leite’ e que deveria ser preservada para apoiar um ou outro no segundo turno. E foi isso que ocorreu. Os dois Fernandos polarizaram a disputa com ataques mútuos e desprezaram Wilma, que crescia junto ao eleitorado sem ser incomodada.
PASSADO III
Afinal, pensavam eles, se o Estado estava dividido entre os dois, com metade dos prefeitos apoiando um Fernando e a outra metade apoiando outro Fernando, quem iria votar em Wilma?
Portanto, ambos evitaram bater na mãe de Márcia para esperar seu apoio no segundo turno. E o resultado foi surpreendente.
RESULTADO
Wilma preservada pelos Fernandos, fez uma belíssima campanha de ‘formiguinha’ com Renato Dantas inventando as ‘baratinhas’ de som e Nironaldo Câmara no meio do mundo com a Guerreira. Uma campanha quase ‘invisível’.
RESULTADO II
Ao final do primeiro turno, Fernando Bezerra, que começou favorito a vencer o pleito, foi para a terceira posição, com 19% dos votos. Wilma ficou com 37% e Fernando Freire com 30%. No segundo turno, a Guerreira venceu com 300 mil votos de maioria. Ela teve 61% e ele 38%.