LIMITE
As ações de um governante sempre estarão sob avaliação em relação ao que foi protagonizado. O ato poderá ser visto como gesto de bravura, de coragem, de covardia, de arrogância. Tudo depende do limite.
POSTURA
A postura do prefeito Álvaro Dias em relação ao Idema tinha tudo para figurar como atitude correta, merecedora de aplauso como alguém que defende sua cidade acima de qualquer situação. Mas ele cruzou a tênue linha que separa o respeito da arrogância.
DESTEMOR
Álvaro ir até a sede do Idema, fazer discurso cobrando celeridade na emissão da licença para a obra da engorda de Ponta Negra, é absolutamente legítimo e o elevaria à condição de governante destemido, mas respeitoso.
CORONEL
Após o discurso, o prefeito de Natal tentar falar com a direção do Idema também não havia nada demais. O problema é que Álvaro aproveitou o calor da multidão para forçar a entrada no local, numa postura que saiu do governante destemido para o coronel.
CORONEL II
Forçar a entrada no Idema com uma multidão contaminada pela natural emoção do momento, foi o primeiro erro de Álvaro Dias. O segundo foi tentar desmoralizar o diretor do Idema na casa do anfitrião. Aí ele vestiu de verdade a farda do coronel Álvaro Dias.
AVALIAÇÃO
Portanto, o ato de protesto e cobrança legítima, cedeu lugar para um coronel que invade um prédio público e acha que tem que ganhar no grito. O tiro furou o sapato do prefeito. Ele jogou fora a legitimidade e o respeito ao ato de cobrança e virou tão arruaceiro quanto os que ele sempre combateu.
CHANTAGEM
Essa história da saída da draga de 500 mil a diária, é de um teatro de quinta. A empresa traz a draga para Natal, mesmo sabendo que não iria poder operar pela falta da licença. Depois, a empresa conclui a encenação com a imagem da draga indo embora. Chantagem de baixíssimo nível.
ENGORDA
É inquestionável a importância da obra de engorda da praia de Ponta Negra. Porém, ver um prefeito invadir um órgão público para exigir que a licença tem que sair do jeito que ele quer, é algo grotesco. Imagine se alguém fizesse isso na Prefeitura de Natal.
MOTIVAÇÃO
Parece que há uma cegueira deliberada nesse caso da licença ambiental. O discurso de geração de emprego, de salvação da praia, etc, não pode ser superveniente ao processo legal.
PASSADO
Um exemplo disso é o hotel da BRA, que cuja obra foi embargada por ter um andar a mais do que a legislação permitia. O discurso de geração de emprego durante e depois da obra não foi suficiente para que a Prefeitura permitisse a conclusão do hotel. O prefeito era Carlos Eduardo.

