A investigação sobre a explosão em um galpão no bairro Passagem de Areia, em Parnamirim, está sob a responsabilidade do delegado Luiz Lucena, da 17° DP de Parnamirim. Os primeiros depoimentos devem acontecer na próxima terça-feira (3), começando pelos quatro funcionários não hospitalizados e que tiveram apenas lesões leves, além da inalação de muita fumaça tóxica. O proprietário da CCS Fogos, empresa dos fogos, também foi intimado.
Até o momento, as investigações dão conta que nove funcionários estavam no local, no momento da explosão, todos homens. Parte do grupo escapou pela porta de entrada da fábrica, outros não conseguiram chegar ao acesso e tentaram escapar pela janela do banheiro. Esses foram os que acabaram tendo os ferimentos mais graves e receberam atendimento especializado no Hospital Walfredo Gurgel. Entre eles, Márcio Aurélio da Silva teve 90% do corpo queimado e não resistiu, indo a óbito na manhã de quinta-feira (29).
Ontem também, o Corpo de Bombeiros realizou o trabalho de rescaldo nos galpões e a Defesa Civil trabalhou na área, que foi isolada – os dois galpões incendiados e uma creche que não tinha alunos na hora do acidente por conta do período de recesso. Por questões de segurança, devido ao alto nível de comprometimento da estrutura, a Polícia Civil autorizou a demolição e remoção dos escombros do prédio de descartáveis, sem prejuízos a investigação.
A EXPLOSÃO
Conforme as investigações, os funcionários estavam preparando os fogos, colocando dentro de canos, para que pudesse atear fogo no momento oportuno. O galpão quente pode ter motivado a primeira explosão, mas o delegado acredita que algum atrito foi o causador e ainda apura se havia algum fumante entre os funcionários e se alguém acendeu alguma chama ou cigarro.
RÉVEILLON DE PARNAMIRIM
Os fogos armazenados no galpão, em Passagem de Areia, pertenciam à empresa CCS Fogos e eram destinados à Prefeitura de Parnamirim, para as festas de Réveillon em 12 bairros da cidade. Procurada pela reportagem do Diário do RN, a Prefeitura informou não falar sobre o assunto porque apenas contratou uma empresa que já faz este serviço há muitos anos, inclusive para outras prefeituras, como Natal. A assessoria da Prefeitura disse ainda que esta só faz a compra se a contratada estiver com todas as certidões em dia e a empresa está totalmente legalizada como fabricante de fogos de artifício.
VÍTIMAS
Até o fechamento desta edição, um paciente grave continuava internado na UTI do Hospital Walfredo Gurgel. Os três pacientes com queimaduras mais leves, estão estáveis e continuam internados em observação no Centro de Queimados da unidade. Trabalha junto às vítimas uma equipe completa com sete cirurgiões plásticos e diversos outros profissionais. O hospital ainda não tem a identificação, feita através de documentos, das vítimas e aguarda familiares para o reconhecimento.