O Rio Grande do Norte celebrou um marco importante para a conservação ambiental e o turismo sustentável com a abertura oficial do Parque Nacional da Furna Feia à visitação pública nesta sexta-feira (27). A cerimônia, realizada na Palhoça da Furna Nova, contou com a presença de representantes do ICMBio, CECAV, autoridades estaduais, comunidade científica e moradores da região.
A governadora Fátima Bezerra lembrou do longo percurso até a concretização do parque como destino aberto ao público.
““Conheço esta luta desde o início e desde o começo abracei esta causa, tanto como deputada federal, quanto como senadora. Ainda na época do governo da presidenta Dilma, eu já saía em defesa da iniciativa de instituir o Parque Nacional da Furna Feia junto ao Ministério do Meio Ambiente, ao ICMBio e com as demais instituições, porque não é simples chegar num momento como esse, não é simples de maneira nenhuma, isso aqui exige muita perseverança, muita resistência. Isso aqui passa por muito estudo, por muito planejamento, passa pela necessidade da infraestrutura.”, afirmou Fátima Bezerra.
“ O que nós estamos vendo aqui é uma área que tem um potencial turístico imenso. Quase nove hectares, mais de 250 cavernas. Então, hoje a gente está aqui para celebrar esse status e para dizer que valeu o sonho e valeu a luta e o Parque Nacional da Furna Feia é uma realidade.” Complementou, durante o evento de abertura.
Conservação e turismo
Criado por decreto presidencial em 2012, o Parque Nacional da Furna Feia é a primeira unidade de conservação federal de proteção integral do estado, localizado entre os municípios de Mossoró e Baraúna. Com aproximadamente 8.500 hectares, abriga rica biodiversidade da Caatinga, 218 cavernas catalogadas, espécies ameaçadas de extinção e sítios arqueológicos históricos, como o Lajedo em Pé e o Abrigo do Letreiro, com pinturas rupestres milenares.
A abertura ao público é resultado de um planejamento cuidadoso para equilibrar preservação ambiental e ecoturismo educativo. Entre as atrações, estão cavernas com claraboias naturais, animais como o macaco-prego-de-peito-amarelo e a suindara, além da interação com a cultura local, como artesanato, cerâmica e gastronomia sustentável.
“A minha emoção é coletiva, não é uma emoção individual, porque nesses 13 anos que estamos lutando, junto com os nossos parceiros, com o nosso conselho consultivo, com essas mulheres maravilhosas que estão aí mostrando o seu artesanato, a sua culinária, a sua cerâmica, o seu teatro, as mudas de espécies nativas da Caatinga, esse pessoal que está há anos, trabalhando junto com a gente, com a governadora, a prefeita de Baraúna, a senadora, então, o que mais a gente pode querer?” Comentou a diretora do parque, Lúcia Guaraldo.
Papel estratégico
Além do turismo, o parque exerce papel fundamental na conservação dos recursos hídricos da região semiárida, atuando no armazenamento natural da água em cavernas. A iniciativa é mais uma ação do ICMBio que reafirma o compromisso com a proteção da Caatinga e a geração de oportunidades sustentáveis no interior potiguar.
“Desde que eu assumi o município de Baraúna, a gente vinha tentando fazer com que esse sonho se transformasse em realidade. Muitos já nem acreditavam mais que esse momento pudesse chegar. E aí tivemos que somar esforços junto com o ICMBio. Tudo que foi pedido, nós arregaçamos as mangas trabalhamos para que que isso pudesse acontecer, porque isto vai trazer desenvolvimento para o município de Baraúna. O Parque Furna Feia, vai colocar Baraúna no radar do ecoturismo, e essa riqueza é nossa. Ela pertence às comunidades, ela pertence ao município de Baraúna.” Celebrou a prefeita de Baraúna, Divanize Oliveira.
Autoridades presentes
O evento contou com a participação da senadora Zenaide Maia, do deputado federal Fernando Mineiro, da deputada estadual Divaneide Basílio, do secretário-adjunto do Gabinete Civil Ivanilson Maia, da secretária de Turismo Marina Marinho, dos prefeitos Paulo César (Martins), Luiz Sabino (Apodi), dos vice-prefeitos Marcos Antônio (Baraúna) e Ubiracy Pascoal (Felipe Guerra), além do reitor da Ufersa Rodrigo Codes, da vereadora Marleide Cunha (Mossoró) e representantes de órgãos ambientais como IDEMA, CECAV e o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas.