Por Carol Ribeiro
Em caminhada com Paulinho Freire (UB) na Zona Norte de Natal, nesta terça-feira, 17, o senador Styvenson Valentim (Podemos) conversou com a reportagem do Diário do RN sobre o primeiro mês da campanha eleitoral em Natal. Apesar de afirmar que “não está preocupado com adversário, está preocupado com a campanha de Paulinho”, em referência ao apoio ao candidato do União Brasil, Styvenson comentou sobre o principal opositor de Paulinho, Carlos Eduardo (PSD).
“Ele é perverso. Isso é perverso, viu”, se limitou a responder sobre o caso denunciado em reportagem do Diário do RN nesta terça-feira, 17, em que alguns dos 244 ex-servidores da Urbana, demitidos de surpresa em 2017, durante gestão de Carlos Eduardo, desabafaram sobre o temor de ter o ex-prefeito de volta. Um dos filhos de um ex-servidor, Isaías Neto, contou que, assim como muitas famílias, a demissão impactou a vida da família dele, após a perda inesperada do emprego, o acometendo de uma depressão. “Meu pai era um pai com 37 anos de serviço. O salário dele caiu, acredito que quase 70% ou 80%. E aí veio a doença dele. Ele se preocupou muito, entrou em depressão, teve parada respiratória, teve parada cardíaca, ficou na UTI. Essa demissão foi em 2017, em 2018 meu pai veio a falecer. Ele não sustentou de jeito nenhum”, conta.
Styvenson, sobre o caso, ainda comentou: “É de ficar mesmo né, você tirar o trabalho da pessoa”.
O senador avaliou, ainda, a campanha do ex-prefeito. “É uma coisa cansada né? Está apelando para tudo, até para os apelidos, coisa que ele não gostava. O cabra está fazendo esse recurso aí. Agora, não estranhe não se a gente chamar de Boneco de Olinda, viu. De forma descontraída, na informalidade. Vamos nos encontrar com ele na rua: ‘Fala Boneco! Cabeção”, apela Styvenson.
Além disso, o parlamentar destaca que ele já fez mais por Natal, enquanto senador, do que Carlos Eduardo enquanto prefeito da capital, em uma das suas quatro gestões à frente do Executivo Municipal. Ele foi questionado sobre o motivo de Carlos Eduardo ser o foco do seu candidato Paulinho Freire nesta campanha.
“É porque ele é referência do atraso, é referência de que não fez nada, não tem uma obra significativa. Até eu como senador tenho uma obra significativa, que fiz um hospital no Alecrim, estou fazendo, concluindo. Até eu que não sou Executivo, sou senador, estou deixando uma obra boa para Natal, que é um prédio de seis andares lá no Alecrim, atrás da Policlínica, de oncologia, para cuidar de criança. Aí quando a gente procura dele, foi o quê? Eu não lembro (…) Na minha opinião não, na opinião de muita gente”, observa.
Styvenson Valentim ainda relaciona Carlos Eduardo à Fátima Bezerra e ao PT. “Foi candidato de Fátima Bezerra (PT) ao Senado. Agora vem com ‘desdobro’ dizer que não é”, destaca.
Para ele, apesar da ligação com o colega senador bolsonarista Rogério Marinho (PL), o debate ideológico Lula-Bolsonaro não deve fazer diferença nesta campanha. “O que faz a diferença realmente em resolver problema, o que resolve problema é dinheiro. E senador tem dinheiro para resolver, junto com o deputado federal, junto com outro senador. O problema é esse. Eu não estou ligado nesse negócio de ideologia não”, complementa.
Neste raciocínio do senador, a provável presença do presidente Lula em Natal, para a campanha de Natália Bonavides (PT), deverá fazer a diferença para a candidata. “Ela vai ficar feliz da vida.
Agora para o governo que que está taxando tudo, de blusa a confisco de poupança, acho que o povo não está muito feliz não. Eu penso assim. Eu não estou muito feliz e satisfeito não, porque a gente esperou picanha e tomar cerveja e até agora, nada. Só ovo”, ressaltou.
“Vai dar Paulinho”
“Eu não estou me empenhando de graça não”, afirma Styvenson sobre a campanha que vem fazendo por toda Natal ao lado de Paulinho Freire. O ex-apolítico afirma que vem tomando gosto pelo contato real, fora do mundo virtual, com a população nas ruas, em campanha eleitoral, “participando de tudo”. Baseado nas movimentações, ele acredita que Paulinho Freire será o vencedor da eleição 2024 em Natal.
“Eu estou achando que o número real no dia 06 vai dar Paulinho, tenho certeza disso. Se eu fosse me basear em pesquisa, tinha gente que nunca tinha entrado, eu não tinha entrado no Senado, Rogério não tinha vencido, Carlos Eduardo tinha ganhado. Henrique Alves tinha vencido. Eu não preciso de pesquisa; a pesquisa boa é no meio da rua, com o povo mesmo aqui lado a lado, caminhando. Não estou duvidando de pesquisa não. Estou dizendo que a pesquisa real vai ser no dia da urna”, explica o senador.
O outro lado
A reportagem do Diário do RN entrou em contato com o candidato Carlos Eduardo para que ele explicasse sua versão sobre o caso das demissões da Urbana e respondesse à outras críticas, mas não obteve retorno dele, nem da assessoria de comunicação, até o fechamento desta edição.