Palestinos que vivem em acampamentos improvisados perto do mar, no centro da Faixa de Gaza, expressaram nesta terça-feira (30) sua decepção com o recente plano de paz para o território palestino do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Deslocado do norte de Gaza, Nabil Aawad afirmou que o plano atende apenas aos interesses dos EUA e de Israel.
“Eles têm interesses em Gaza, querem acabar com Gaza de qualquer maneira possível… E todas essas complicações vêm de Trump e (do primeiro-ministro israelense Benjamin) Netanyahu, e se quisessem resolver (a guerra), já a teriam resolvido há muito tempo. Nós somos as vítimas aqui”, expressou ele.
A Casa Branca divulgou um documento de 20 pontos que pedia um cessar-fogo imediato, a troca de reféns mantidos pelo Hamas por prisioneiros palestinos mantidos por Israel, uma retirada israelense gradual de Gaza, o desarmamento do Hamas e um governo de transição liderado por um organismo internacional.
Não ficou imediatamente claro se o governo Trump e Israel haviam resolvido todas as suas diferenças, incluindo a possibilidade de um futuro Estado Palestino, que Netanyahu rejeitou veementemente, e qualquer papel da Autoridade Palestina na governança pós-guerra do território.
O acordo sugere ainda que Gaza não será anexada por Israel e que o Hamas não terá participação no governo do território. Integrantes do grupo palestino que se renderem seriam anistiados. A proposta também inclui a retirada gradual das forças israelenses de Gaza e a desmilitarização do território.
Trump agradeceu a Netanyahu “por concordar com o plano e por confiar que, se trabalharmos juntos, poderemos pôr fim à morte e à destruição que presenciamos por tantos anos, décadas e até séculos”.
Combatentes liderados pelo Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e capturaram 251 reféns no ataque de 7 de outubro de 2023 contra Israel, segundo dados israelenses.
Mais de 66 mil palestinos foram mortos desde então no ataque israelense, segundo autoridades de saúde de Gaza.
*Com informações da CNN