Por Fernanda Sabino
Talvez você nunca tenha ouvido falar no “Mata Sete”, mas trata-se de um beco histórico e boêmio, que já foi o epicentro da vida noturna e da economia salineira de Macau entre as décadas de 50 e 80. Esse cenário vibrante volta à cena na nova obra do jornalista e escritor Tadeu Oliveira – “No Auge do Mata Sete: Vida, Prazer e Desamor na Ilha do Sal”.
Para retratar toda a riqueza cultural do pequeno, mas emblemático, trecho da “capital do sal potiguar”, Tadeu conta com a colaboração de escritores renomados, como Vicente Serejo, Horácio Paiva, Cid Augusto e João Andrade, onde cada um lança seu olhar sobre o lendário Mata Sete, que marcou época na Macau dos tempos áureos.
O livro foi lançado inicialmente durante a Feira Literária de Macau (FLIMA), em setembro, e chega agora a Natal. O lançamento acontece neste sábado (25), das 18h às 20h, na Livraria Nobel, no Praia Shopping, em Ponta Negra, com noite de autógrafos.
Às vésperas do lançamento na capital potiguar, o autor celebra a recepção calorosa em sua cidade natal e destaca a importância de preservar a memória e o legado cultural retratados na obra.
“O livro foi um dos mais procurados e o mais vendido durante a Feira Literária de Macau, o que me deixa imensamente feliz, já que os moradores da cidade têm interesse em saber o que representou a região do Mata Sete. E estamos apenas fazendo um resgate histórico dessa época”, reforçou.
O LIVRO

“No Auge do Mata Sete” reúne crônicas e relatos que resgatam a vida boêmia macauense entre os anos 1950 e 1980. O autor revisita ambientes emblemáticos como o Mata Sete, a Coreia e a Lua, espaços que moldaram a cultura local e foram palco de histórias de prazer, música e desamor.
Além do registro da boemia, a obra analisa a influência da indústria salineira na economia e nos costumes da cidade, revelando como a prosperidade do sal impulsionou um cotidiano de intensa sociabilidade, marcado por cabarés, casas de jogos e música -ao vivo.
Na contracapa, Tadeu descreve o Mata Sete como sinônimo de diversão, mesmo diante dos riscos: “Como um portal da alegria no cruzamento das Quatro Bocas, o beco oferecia atalhos diversos para a satisfação, chegando a ser o epicentro de uma Macau efervescente, marcada por atmosfera única e pulsante. ”
Entre os colaboradores da obra, o jornalista Vicente Serejo observa que “uma cidade tem sempre várias cidades escondidas”. Enquanto o poeta Cid Augusto destaca que há outros “Mata Sete” Brasil afora. Já o sociólogo João Andrade traça um paralelo entre os “quartos pequenos” do beco macauense e a “Picardia” francesa, afirmando que a obra “não trata apenas de cabarés, jogatinas e boemia, mas sintetiza as relações sociais de uma época efervescente da história de Macau”.
O AUTOR
Nascido em Macau, Tadeu Oliveira cresceu observando o trabalho dos cristalizadores de sal e a beleza das espumas levadas pelo vento na Ponta do Aterro, localizada na entrada da cidade.
Jornalista, sociólogo e especialista em opinião pública, com mais de 30 anos de atuação em diversos veículos de comunicação, é também autor de “Água de Grau: Macau que ainda se busca”.
Atualmente, Tadeu desenvolve um novo projeto sobre os 60 anos do Conjunto Sempre Alerta, grupo musical que gravou o primeiro LP do gênero no Rio Grande do Norte e que foi símbolo da cena cultural macauense, entre as décadas de 1960 e 1980.

