Recém empossada na pasta da saúde estadual, a secretária Lyane Ramalho inicia a gestão falando em transparência e com discurso de quem quer pôr em pratos limpos antigas cobranças. “É preciso separar política de assistência. A gente não pode misturar. A gente tem que entender que a população não pode ser prejudicada por isso”. A declaração foi dada em entrevista à 98 FM, nesta segunda-feira (08), quando Lyane falava sobre as dívidas do Estado com as prefeituras do Rio Grande do Norte. A secretária contestou, por exemplo, a dívida que a Prefeitura de Natal cobra do Governo do Estado na área da saúde que, segundo o município, gira em torno de R$ 120 milhões, em valores atualizados. Ela confirma que o governo tem sim repasses atrasados para os municípios, mas enfatizou que é preciso chamar atenção também para o contrário: despesas que deveriam ser pagas pelas prefeituras, mas que são assumidas pela gestão estadual. “A gente tem algumas coisas para mostrar aos municípios: o SAD, por exemplo, que a gente paga e não bota na conta de Natal; a oxigenioterapia, que deveria ser cobrada dos municípios e fica na conta do Estado; a judicialização do home care, que é milhões e nunca foi cobrado aos municípios; todos os leitos clínicos, que é o Estado que paga e não se cobra dos municípios; as portas de urgência. A gente tem isso tudo preparado”, afirmou Lyane, aos jornalistas Anna Karinna Castro e Tulio Lemos.
Lyane Ramalho afirmou que vai tratar do assunto diretamente com o secretário de Saúde de Natal, George Antunes, além de representantes de outros e acredita que, quando o encontro de contas for feito, pode ser que o Estado quite a dívida reivindicada pelas prefeituras. “Quando a gente faz essa negociação, às vezes fica positivo para gente. É importante que se diga isso para a população, porque nós temos uma carga de despesa grande”, afirmou.