Hoje é o Dia Internacional de Luta pela Saúde das Mulheres e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. No Rio Grande do Norte, a exemplo de anos anteriores, o esforço é para conscientizar e prevenir a saúde feminina ainda nos primeiros anos de vida, além de dar total atenção a um dos períodos mais importantes e sensíveis na vida da mulher: a gestação.
Na luta pela saúde da mulher, a Secretaria de Estado da Saúde Pública destaca os cuidados com a prevenção de doenças. Para isso, anualmente são lançadas campanhas que objetivam melhorar a cobertura vacinal entre crianças e adolescentes no Rio Grande do Norte. Iniciada ainda em abril, a SESAP cita a Estratégia de Vacinação nas Escolas. Trata-se de uma ação articulada pelos programas de Saúde na Escola (PSE) e Estadual de Imunização.
“Com essa estratégia, buscamos melhorar os indicadores de vacinação, reduzir as doenças imunopreveníveis e fortalecer o microplanejamento das ações, considerando as necessidades específicas de cada local”, destaca a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Laiane Graziela.
Segundo o IBGE, as mulheres representam 51% da população brasileira e são mais propensas a algumas doenças como: câncer de mama, endometriose, infecção urinária, câncer no colo do útero, fibromialgia, depressão e obesidade. Além disso, o índice de mortalidade materna ainda é um desafio para os serviços de saúde e para a sociedade.
No RN, durante a campanha promovida pela SESAP, crianças de até 5 anos podem receber as doses de Poliomielite inativada (VIP), Poliomielite oral (VOP), Pentavalente (DTP/Hib/HB) e Tríplice Viral. Já para as crianças maiores de 5 anos e adolescentes, serão disponibilizadas as vacinas de febre amarela, Tríplice Viral, HPV e Meningocócica ACWY, conforme a faixa etária definida no Calendário Nacional de Vacinação. As doses podem ser aplicadas em qualquer unidade de saúde pública, inclusive nas escolas das rede estadual.
Redução da mortalidade
No cuidado com as mães, desde 2021 que a SESAP trabalha na implantação do Plano de Redução da Mortalidade Materna e na Infância. Com investimentos já realizados e outros em curso em diversos hospitais, como os regionais de Assu, que teve uma maternidade aberta este ano, e o de São José de Mipibu, que passa por reforma e ampliação. Além das obras físicas, a Secretaria aposta na qualificação dos serviços para a diminuição dos números, que estavam acima do recomendado pelos parâmetros mundiais, como o reforço do trabalho do Comitê Estadual de Prevenção de Mortalidade Materna, Infantil e Fetal, que rotineiramente realiza reuniões e ações junto aos hospitais e demais serviços, e a ampliação do trabalho da vigilância do obito mulher em idade fertil, que investiga e aponta os dados epidemiológicos relacionados.
Em 2021, ano de lançamento do Plano de Redução de Mortalidade, o RN registrou 66 óbitos maternos. Já no ano seguinte, os números caíram mais da metade, com 29 casos. E em 2023 manteve-se a tendência de queda, com 27 mortes de mães de recém-nascidos.
E todas essas ações são norteadas por um instrumento inovador que a SESAP lançou, em parceria com diversos outros órgãos do Governo, em 2022. A Política Estadual de Atenção Integral à Saúde das Mulheres do RN tem como objetivo central a diminuição da mortalidade entre as mulheres potiguares. O documento reúne estratégias de cuidado à mulher com enfoque na saúde sexual e reprodutiva, prevenção e tratamento do câncer de mama e de colo uterino, enfrentamento da violência interpessoal, melhoria do pré-natal, parto e puerpério, prevenção das doenças transmissíveis, entre outros aspectos. Toda a política leva em conta os indicadores e as necessidades dentro das redes de atenção regionalizadas, cooperando também com a execução de ações nos 167 municípios potiguares.
História
O Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher foi definido no IV Encontro Internacional Mulher e Saúde, ocorrido em 1984, na Holanda, ocasião em que a morte materna apareceu com toda a sua magnitude.
A partir dessa data, o tema ganhou maior interesse e no V Encontro Internacional Mulher e Saúde, realizado em São José da Costa Rica, em 1987, a Rede de Saúde das Mulheres Latino-Americanas e do Caribe – RSMLAC, propôs que, a cada ano, no dia 28 de maio, uma temática nortearia ações políticas que visassem prevenir mortes maternas evitáveis.