A Neoenergia Cosern registrou um aumento expressivo de 302% nos casos de falta de energia provocados por pipas em 2025, em comparação ao mesmo período do ano passado.
O levantamento considera as ocorrências entre 1º de janeiro e 4 de agosto e revelou que, só neste ano, mais de 80 mil potiguares já foram impactados pelas interrupções no fornecimento de energia. “O critério de comparação foi o número de clientes atingidos nos dois períodos analisados, o que evidencia o salto preocupante no uso inadequado das pipas próximo à rede elétrica”, explicou Daniel Burgos, supervisor da Neoenergia Cosern.
Segundo Burgos, os principais fatores que levaram ao crescimento dos incidentes estão relacionados ao uso de linhas com cerol e à falta de atenção a orientações de segurança amplamente divulgadas pela distribuidora. “Soltar pipas próximo à rede elétrica pode causar rompimento de cabos, desligamentos e até acidentes graves. A imprudência de alguns acaba trazendo risco para muitas pessoas ao redor”, destacou.
Em termos geográficos, Natal lidera o ranking de ocorrências, com 19 registros e mais de 12 mil clientes afetados. Na sequência, aparecem Macaíba, Parnamirim e Mossoró, todas com três ocorrências cada. “Essas cidades concentram os maiores impactos, principalmente por apresentarem áreas densamente povoadas próximas à rede elétrica”, observou Burgos. O cálculo total de pessoas atingidas foi feito a partir do número de unidades consumidoras afetadas multiplicado pela média de moradores por residência no Rio Grande do Norte, segundo dados do IBGE.
A distribuidora reforça que, ao longo do ano, são realizadas campanhas de conscientização em escolas, instituições públicas e privadas, além de eventos de grande porte como Carnaval, São João e Réveillon. “Nosso objetivo é alertar que pipas devem ser manuseadas em locais abertos e seguros, longe da rede elétrica. A rede da Cosern conta com sistemas digitais de proteção, mas a prevenção depende principalmente da consciência da população”, ressaltou Burgos.
Quanto ao procedimento diante de pipas enroscadas na fiação, o supervisor orienta que a população jamais tente retirá-las por conta própria. “Somente profissionais capacitados das distribuidoras podem se aproximar da rede. Ao perceber uma pipa presa, a recomendação é manter distância e ligar para o número 116”, frisou. Ele ainda destacou que materiais como fios metálicos, papel laminado, cerol ou linha chilena aumentam os riscos de choque e acidentes fatais.
Burgos finaliza reforçando que brincar de pipa continua sendo uma tradição cultural, mas precisa ser feita de forma responsável. “É uma diversão saudável, mas que deve acontecer em locais adequados. Quando ignoramos os cuidados básicos, colocamos em risco não apenas a nossa segurança, mas também a de milhares de pessoas que podem ser prejudicadas com a interrupção no fornecimento de energia”, concluiu.