Ao longo de um dos principais corredores turísticos da Cidade do Sol, são os buracos no asfalto e muito lixo que chamam atenção. O endereço é a Av. 25 de Dezembro, na Praia do Meio, passagem obrigatória para quem volta do litoral norte pela ponte Newton Navarro. Feio para o turista ver e um problema para a população da região e condutores de veículos que por ali transitam, inclusive os bugueiros, que têm os veículos como ferramenta de trabalho e enxergam a buraqueira nas ruas como um risco para a execução do serviço podendo até pôr em perigo a segurança dos turistas.
Atemir Trajano é bugueiro há 36 anos e conta que a atenção para conduzir os turistas por determinadas vias precisa ser ainda maior. “Tem que andar com muito cuidado, tem trânsito, gente na rua, com os buracos os cuidados são redobrados. Sempre tem que fazer manutenção do Buggy, verificar a suspensão dos pneus, devido aos buracos. Fora a sujeira para o turista, aí não tem como desviar da sujeira ou tapar a visão deles. ”


Francisco Graciano, bugueiro há mais de 32 anos, também relata dificuldades que ele e colegas enfrentam diariamente: “Quando o turista vem, isso se torna um constrangimento. Quando as pessoas vêm à cidade, querem ver coisas belas, mas vê a sujeira e essa imundície. No trânsito é mais complicado por causa dos buracos. O Buggy é um carro que a estabilidade dele é mais na areia, tem mais espaço nas dunas e a gente sabe como desviar, mas no trânsito complica porque tem carros para a gente desviar e pode causar acidentes”.
Eider Barbosa é taxista há pelo menos 12 anos e atua no ponto fixo da Praça dos Pescadores, relata sobre como é trabalhar na localidade e também sobre o descaso nas ruas e com o lixo. “Quando o pessoal vem do aeroporto e desce a ponte, a primeira vista que tem é do lixão ali na curva. Depois é a buraqueira, isso compromete o turismo. Os órgãos competentes não resolvem nada, tapam o buraco, mas é o famoso asfalto Sonrisal: tapa um buraco, aí uma semana cai água e abre tudo de novo”.
Para Abdon Gosson, presidente da ABIH-RN (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado), os problemas causam transtornos de longa data. “O turismo deveria ser prioridade, assim como é a saúde, a educação… O turista vem e deixa um dinheiro imediato, gera renda, empregos, mais impostos e dinheiro circulando na economia. Temos o viés feito para o turismo, temos praia, sol, mar… O desafio é constante, precisamos melhorar a infraestrutura do turismo, de Natal, do Estado”.
Gabriela Nascimento, natural de Ribeirão Preto (SP) e passando temporada em Natal. Mesmo que de forma temporária, Gabriela já pôde perceber alguns problemas. Ela percebe que turistas e natalenses estão insatisfeitos com a situação atual nos arredores da Praia do Meio. “É bem estranha a situação, bastante buraco, bastante lixo nas ruas… Grande parte do dinheiro de Natal vem do turismo, mas muita gente tem desistido de passar o réveillon por aqui”.
LIXO “CRÔNICO” NA PRAIA DO MEIO
Questionada pela reportagem do Diário do RN sobre o lixo nas imediações da Av. 25 de Dezembro, a Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana) respondeu, por meio de nota, informando que faz a limpeza periódica do local, uma vez por semana, com uso de máquinas e durante a semana os garis fazem o serviço de paliação. Ainda segundo a nota, nesta quarta-feira (28), a equipe fará a limpeza da área, que possui outros pontos crônicos. A Urbana solicita à população que mantenha a cidade limpa, evitando desconforto para as pessoas que moram próximas aos pontos de descarte irregular de lixo.