O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou neste domingo (8) que vai impedir que um barco de ajuda humanitária com a sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila e outros ativistas chegue à Faixa de Gaza.
O grupo batizou a missão de Flotilha da Liberdade. Eles saíram da Itália há uma semana e, na manhã deste domingo estavam ainda em águas internacionais, a cerca de 300 km do território palestino.
Os ativistas afirmam que estão levando comida, remédios, equipamentos médicos e purificadores de água para os palestinos.
Katz afirmou que Israel não permitirá que ninguém quebre o bloqueio de Gaza. Segundo ele, o objetivo da medida é impedir que o grupo terrorista Hamas tenha acesso a armas.
O ministro se referiu a Greta, mundialmente conhecida por seu ativismo ambiental, como “antissemita”. Além disso, sem provas, acusou o grupo de fazer propaganda para o Hamas.
“À antissemita Greta e seus companheiros porta-vozes da propaganda do Hamas, digo claramente: vocês devem voltar, porque não chegarão a Gaza”, escreveu Katz na rede social X.
Horas depois, Thiago Ávila postou um vídeo respondendo ao ministro. “Estamos em águas internacionais e vamos para águas palestinas. Nenhuma dessas áreas está sob o controle [de Israel]”, disse. “Vamos continuar nesse pequeno barco com 12 pessoas a levar comida e medicamentos. Continuamos nossa jornada.”
Em uma publicação no Instagram nesta manhã, o grupo diz que os radares da embarcação sofreram uma “interferência eletrônica”. A situação foi normalizada após cerca de 30 minutos.
O grupo de tivistas a bordo do navio Madleen partiu da Sicília, na Itália, no último domingo (1º), em uma missão que visa romper o bloqueio marítimo de Gaza e entregar ajuda humanitária, além de chamar a atenção para a crise humanitária no enclave palestino.
Rima Hassan, deputada francesa no Parlamento Europeu e descendente de palestinos, também está a bordo. Ela foi proibida de entrar em Israel. O navio transporta também o ator Liam Cunningham, da série “Game of Thrones”.
Durante uma coletiva de imprensa antes da partida da embarcação, Thunberg disse que o “silêncio mundial diante da situação [em Gaza] equivale a ‘um genocídio transmitido ao vivo'”.
Israel nega as acusações de genocídio e classifica as críticas como discurso antissemita.
Após um bloqueio total de três meses com o objetivo de pressionar o Hamas, Israel começou a permitir a entrada de alguma ajuda básica em Gaza no mês passado, mas trabalhadores humanitários alertam para o risco de fome caso o bloqueio e a guerra não cheguem ao fim.
Uma tentativa anterior da flotilla de chegar a Gaza por mar fracassou no mês passado, depois que outro navio do grupo foi atacado por drones enquanto navegava em águas internacionais próximas a Malta.
O grupo responsabilizou Israel pelo ataque, que danificou a parte dianteira da embarcação.
*Com informações do g1