O Ministério Público do Rio Grande do Norte decidiu fechar o cerco contra as torcidas organizadas do ABC. Nesta segunda-feira (10), após os ataques ocorridos contra jogadores e familiares no último sábado (8), no estacionamento interno do clube, por conta da derrota para o Criciúma, pelo Campeonato Brasileiro da Série B, o MPRN se manifestou solicitando a suspensão da Garra Alvinegra.
O comunicado pede a suspensão da torcida Garra Alvinegra por dez jogos, além da entrada proibida ao estádio Frasqueirão com qualquer item referente a esta torcida, como faixas, bandeiras, camisas e instrumentos. “O MPRN, com base um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado com as torcidas organizadas e com a Polícia Militar, vai solicitar a suspensão da torcida Garra Alvinegra por 10 jogos ”, diz o comunicado do MPRN.
O pedido de suspensão partiu depois de reunião entre o promotor de Justiça, responsável pelo Estatuto do Torcedor, Luiz Eduardo Marinho Costa, o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, coronel Francisco Araújo, o comandante da PM, coronel Alarico Azevedo, e o comandante do Batalhão de Polícia de Choque, tenente-coronel Ricardo Santos.
O MPRN também requereu à Polícia Civil que seja designado um delegado para investigar a autoria dos atentados.
Depois da derrota para o Criciúma, por 1 a 0, no último sábado (8), no Frasqueirão, torcedores pularam o muro das dependências do Complexo Esportivo Vicente Farache, em Ponta Negra, se dirigiram até o estacionamento, e depredaram os carros dos jogadores. No momento do ataque, os familiares dos atletas aguardavam no estacionamento e por pouco crianças não foram atingidas pelas enormes pedras arremessadas. Em nova reunião pela tarde, o MPRN disse que não havia nenhuma confirmação da presença do Movimento 90.
Jogadores condenam os ataque sofridos
Os jogadores do ABC foram às redes sociais protestar contra os ataques sofridos. O atacante Wellinton Mateus postou foto do carro atingido e disse que a pedra arremessada poderia ter atingido um de seus familiares. “Isso é um absurdo. Quebraram meu carro dentro do meu ambiente de trabalho. Se tivesse alguém da minha família dentro do carro poderia ter matado alguém. Isso nunca será futebol”, escreveu o jogador.
O meia Tonny Anderson disse que a pedra poderia ter atingido o seu filho. “Jogaram pedra a 5 metros do meu filho de apenas 2 anos de idade. Se essa pedra pega na cabeça dele, provavelmente não ia escutar mais a voz dele me chamando de papai. Mas, graças a Deus, ninguém foi atingido”, postou o jogador na rede social, juntamente com a pedra.
A diretoria do ABC soltou uma nota de repúdio prestando total solidariedade aos atletas, familiares e amigos, condenando o ato de vandalismo de uma pequena parte da torcida. O ABC ocupa a última colocação da Série B com apenas 10 pontos e está ameaçado de rebaixamento.