Por Carol Ribeiro
No período em que, segundo a Polícia Federal, começou o esquema bilionário de fraudes do INSS, em 2019, Rogério Marinho (PL) integrava o alto escalão do governo Bolsonaro. Em 2019 e 2020, o atual líder da oposição no Senado era secretário especial da Previdência Social. O deputado federal Fernando Mineiro (PT), levanta a responsabilização do senador no esquema que, segundo o deputado, tem a participação do Governo passado.
“As investigações da Polícia Federal, com o apoio da CGU, desbarataram um esquema bilionário de roubo de aposentados(as) que — segundo as apurações — vem desde 2019. Portanto, desde o período em que ele era responsável pela pasta da Previdência”, disse Mineiro se referindo a Marinho, ao Diário do RN.
Para o parlamentar, é inevitável que as apurações avancem sobre possíveis omissões ou responsabilidades do ex-ministro. “Certamente as investigações apontarão as responsabilidades de quem esteve envolvido nesse esquema”, complementou.
Mineiro, além disso, lamentou a ausência de medidas de contenção por parte da gestão Bolsonaro, apesar de, segundo ele, haver indícios de que o governo tinha conhecimento das fraudes. “Lamentavelmente, o governo passado — a despeito de notícias de que tinham conhecimento dos fatos — não tomou nenhuma providência para impedir esse roubo”, criticou.
O deputado reafirmou que o atual governo tem atuado para conter o esquema e buscar responsabilizações: “O esquema que se iniciou em 2019 só foi interrompido pela firme determinação do governo do presidente Lula”.
Apesar de apontar a responsabilização e possível omissão do senador da oposição com o esquema de fraudes, Mineiro defende que as investigações comprovem os reais envolvidos e apliquem punição “na forma da lei”.
“Só as investigações dirão. O fato é que não houve nenhuma investigação no governo passado. Espero que as investigações em curso apontem os envolvidos e que sejam punidos na forma da lei”, ressaltou à reportagem.
As declarações de Fernando Mineiro coincidem com o avanço de articulações na Câmara dos Deputados em torno da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes no INSS. O pedido, idealizado pelo PL, já reúne mais de 180 assinaturas, embora nenhuma de deputados do PT, que é contra a realização da CPI. Parlamentares da base do governo defendem somente as investigações que já estão conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria Geral da União. A oposição pretende protocolar o pedido da CPI até o fim de maio, com o máximo de assinaturas, para conduzir politicamente o tema no Congresso.