Após 14 dias de paralisação dos médicos da Coopmed nas unidades de saúde de Natal, o atendimento foi regularizado nesta quinta-feira (8). O retorno dos profissionais foi possível após negociação com a prefeitura anunciada na noite de quarta-feira (07), mas no início da manhã de quinta, algumas escalas ainda eram ajustadas. Na UPA de Cidade da Esperança, uma técnica de enfermagem que preferiu não se identificar, fez o relato à equipe de reportagem do Diário do RN: “A pulseira verde (pouco urgente) e azul (não-urgente) não estavam atendendo hoje de manhã, agora, por volta das 11h, parece que normalizou”.
Mesmo com a escala completa, a unidade estava lotada e a maior procura era na área de pediatria. Além da superlotação, muita reclamação sobre a espera pelo atendimento. Uma das mães no local, a pedagoga Jéssica Batista relatou que já tinha buscado o atendimento para a filha, uma bebê de 8 meses, na unidade Satélite antes da paralisação e a situação já estava precária. Ela retornou a busca pelo atendimento e precisou ir para a ala pediátrica da UPA Esperança. “A doutora disse que não tinha medicação para minha filha. Na hora de fazer o exame de sangue na sala de atendimento, não tinha maca, eu precisei segurar ela no colo, foi muito difícil e não deu certo, precisei esperar para que a sala de medicação estivesse um pouco vazia para que conseguisse fazer o exame”.
A diretora do SindSaúde, Érica Galvão, confirmou que a escala dos médicos já foi completamente recomposta após as negociações feitas na quarta-feira e relatou outras dificuldades. “Os atendimentos voltaram ao normal, mas a maior demanda hoje é da enfermagem, que está extremamente defasada, com o dimensionamento lá embaixo. Os médicos agora estão atendendo a todo vapor, mas a SMS não chama o cadastro de reserva do concurso de 2018 para suprir o dimensionamento totalmente incorreto em todos os locais de saúde. Então, a mão de obra da enfermagem está extremamente sobrecarregada”.