Em reunião realizada nesta quarta-feira (30) em Washington, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que o país está aberto a continuar as negociações comerciais com os Estados Unidos.
Em pronunciamento o chanceler brasileiro classificou, junto ao secretário de Estado do país, Marco Rubio, como “descabida e inaceitável” a ingerência dos EUA nos assuntos internos do Brasil.
“Salientei que a ingerência nos assuntos internos do Brasil, especialmente no que concerne às decisões do Poder Judiciário, incluindo o andamento do processo judicial envolvendo o ex-presidente Bolsonaro, é inaceitável e descabida. Reiterei a independência do Poder Judiciário brasileiro, comparável à da justiça americana, e assegurei que o Brasil não cederá a pressões externas”, afirmou Vieira.
Ele também informou que o governo brasileiro se reserva o direito de responder às medidas adotadas pelos EUA.
Ao final da reunião, ambos os representantes concordaram sobre a importância de manter o diálogo para resolver as questões bilaterais. O encontro ocorreu no mesmo dia em que o presidente Trump assinou a ordem executiva que impõe tarifa de 50% a produtos exportados brasileiros, mas com uma lista de quase 700 exceções.
Confira o pronunciamento de Mauro Vieita após a reunião:
Em Washington, hoje, reuni-me com o Secretário de Estado, Sr. Marco Rubio, para tratar do estado atual das relações bilaterais. Reafirmei a disposição do Brasil em prosseguir com as negociações comerciais iniciadas em 7 de março do corrente ano, as quais foram interrompidas após a divulgação da carta do ex-presidente Trump em 9 de julho.
Diante disso, o governo brasileiro se reserva o direito de responder às medidas adotadas pelos Estados Unidos. Ao término da reunião, concordamos sobre a importância de manter o diálogo para a solução das questões bilaterais.
Retorno ao Brasil esta noite e, ao chegar, informarei ao Presidente Lula o conteúdo das conversas mantidas nos Estados Unidos, a fim de definir as ações do Brasil em resposta às medidas anunciadas hoje pelos Departamentos de Estado e do Tesouro, bem como pela Casa Branca.