Em discurso preparado para esta noite de Natal, o presidente Lula (PT) citará a resposta da democracia brasileira aos ataques golpistas de 8 de janeiro, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos por eleitores extremistas de Jair Bolsonaro (PL), conforme apurou o Estadão/Broadcast. O pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV irá ao ar neste domingo, 24, véspera de Natal, por volta das 20h30 da noite.
O presidente fará um balanço de 2023 e dirá que há perspectivas positivas pela frente. A ideia é passar a mensagem de que 2024 será o ano de “colher o que foi plantado”. Lula destacará a volta de programas sociais que marcaram seus governos anteriores, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.
A menção ao 8 de janeiro faz parte de um esforço de Lula para que a invasão do Congresso, do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) não seja esquecida. Na ocasião, os golpistas bolsonaristas defenderam um golpe militar no País para destituir o petista, que havia tomado posse uma semana antes, após vencer o ex-presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2022.
Desejo por ato simbólico em 8 de janeiro
Em 8 de janeiro de 2024, quando completará um ano dos ataques golpistas, Lula quer fazer um grande evento simbólico no Congresso, com a presença das principais autoridades da República. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Lula disse que pensa em fazer um evento do 8 de janeiro. Ele e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, agora aprovado para o STF, devem organizar o evento.
O parlamentar disse que Lula voltou ao assunto durante a posse do novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e em outras ocasiões e que cobrou também a presença do presidente do STF, Luís Roberto Barroso. “Na promulgação (da reforma tributária), ele (Lula) olhou para mim e falou ‘você vai estar aí no dia 8, né?'”, relatou Pacheco.
Campanha exalta união do povo e reconstrução de laços
O apelo por união que Lula fará em seu discurso na noite da véspera de Natal está alinhado a uma campanha recente lançada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), em rede nacional, com o slogan “O Brasil é um só povo”. O objetivo foi transmitir mensagens de “paz” e “reconstrução de laços”, além de reforçar relações familiares e de amizade.
A divulgação do material publicitário pelo Palácio do Planalto, contudo, ocorreu após integrantes do PT, incluindo o próprio Lula, defenderem em conferência eleitoral do partido que o tom da disputa de 2024 nos municípios será de polarização com o bolsonarismo. Lula mantém ataques ao seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e seus aliados, incentivando a polarização.
“Desde o início do ano, o governo federal tem trabalhado com a mensagem de união e de reconstrução do País, e esta campanha é parte desse trabalho”, disse a Secom, em nota sobre o lançamento da campanha na TV.
De acordo com o governo, o objetivo da campanha também foi passar mensagens de combate ao “negacionismo” e à “intolerância”. “As peças valorizam conceitos como família e cidadania e sentimentos como solidariedade e amizade”, afirmou a Secom, comandada pelo ministro Paulo Pimenta.

