Estabilidade política, reforma tributária, aposta na democracia, crescimento econômico e consolidação de conquistas sociais. No encerramento do Fórum Brasil – Japão, nesta quarta-feira (26/3), em Tóquio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva listou a série de conquistas recentes que fazem do País um local propício para investimentos e crescimento mútuo. Características que já se concretizaram, por exemplo, no anúncio da venda de 15 aeronaves da Embraer ao Japão e em uma série de acordos comerciais.
“O Brasil é um porto seguro. Estamos consolidando com o Japão uma nova estratégia de relacionamento. Queremos vender e queremos comprar, mas, sobretudo, queremos compartilhar alianças entre as empresas japonesas e brasileiras para que a gente possa crescer juntos”, afirmou Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República.
“Assinaremos dez acordos de cooperação nas mais diversas áreas, além de quase 80 instrumentos entre empresas, bancos, universidades e outras instituições”, disse Lula. “Aprovamos uma histórica reforma tributária que vai simplificar processos, reduzir custos e oferecer previsibilidade e eficiência aos negócios. Estamos corrigindo injustiças no Imposto de Renda para beneficiar milhões de brasileiros, aumentando o consumo das famílias e fazendo a roda da economia girar”, completou o presidente, que também citou políticas de crédito e de distribuição de renda, além do combate à mudança do clima, como diferenciais do momento brasileiro. O discurso foi acompanhado pelo primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba.
“O Brasil é um porto seguro. Estamos consolidando com o Japão uma nova estratégia de relacionamento. Queremos vender e queremos comprar, mas, sobretudo, queremos compartilhar alianças entre as empresas japonesas e brasileiras para que a gente possa crescer juntos. Nosso comércio bilateral diminuiu nos últimos anos. Caiu de US$ 17 bilhões em 2011 para US$ 11 bilhões em 2024. É preciso aprimorá-lo”. O líder brasileiro lembrou ainda da transição energética como outro campo estratégico para os avanços nas relações bilaterais.
“O Brasil vai aumentar o percentual de etanol na gasolina de 27% para 30% e no diesel vamos chegar a 20% até 2030. É positivo que com o Plano Estratégico de Energia o Japão eleve o percentual de bioetanol para até 10% até 2030 e até 20% a partir de 2040”, citou Lula. “A descarbonização não é uma escolha, é uma necessidade e grande oportunidade. O envolvimento do setor privado é fundamental. O Brasil sempre será um aliado para reduzir a dependência global de combustíveis fósseis”, ponderou o presidente,
Ele frisou os esforços do Brasil para zerar o desmatamento na Amazônia até 2030 e as oportunidades de parceria em torno da COP30, que será realizada em Belém (PA). “Em novembro, o Brasil sediará a COP30 no coração da Amazônia e espero que o primeiro-ministro Ishiba esteja participando da COP, para ter contato com a Amazônia, de que todo mundo fala e que pouca gente conhece”, convidou Lula.
SINDICATOS
Mais cedo, Lula participou de um encontro com representantes sindicais brasileiros e japoneses. Na ocasião, reforçou medidas tomadas na atual gestão em torno do mundo do trabalho, como a medida que determina salários iguais para homens e mulheres que exercem a mesma função, a retomada da política de valorização do salário mínimo, com aumento acima de inflação, e exaltou os números expressivos de brasileiros inseridos no mercado de trabalho formal e a baixa histórica do desemprego ao longo da gestão.
No lado brasileiro, participaram integrantes de Central Única dos Trabalhadores, da Força Sindical, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região. No lado japonês, a presidente e vários representantes da Confederação Sindical do Japão (Rengo).