Por Renata Carvalho e Tulio lemos
O vereador e presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Lawrence Amorim (PSDB), conversou com exclusividade com o Diário do RN analisando o cenário político de Mossoró, mas também revelando sobre possibilidades na eleição de 2024. Leia na íntegra a entrevista:
DIÁRIO: O senhor recebeu o convite para ser candidato a prefeito pelo PL?
LAWRENCE: “Fui convidado para me filiar ao PL. O PL faz parte hoje da base de sustentação do prefeito. Nós apoiamos juntos o senador Rogério Marinho. O convite, o PL tem interesse em indicar um nome para compor na chapa majoritária. Isso aí eles têm deixado de forma clara e eles me convidaram para me filiar ao PL para ser indicado como o nome do partido”.
DIÁRIO: No caso, para ser vice de Allyson?
LAWRENCE: “Isso, eu falei que o prefeito só iria decidir a questão de vice após o Mossoró Cidade Junina e que não tinha como eu aceitar uma proposta de me filiar e ser vice, se não havia um convite de parte do prefeito para isso porque ele tinha deixado claro que só iria decidir após o Cidade Junina. Eu estou com compromisso com o PSDB, tenho trabalhado para montar a chapa proporcional que a gente tem buscado trabalhar para eleger duas, três cadeiras aqui e a gente tem continuado esse trabalho da chapa proporcional, até porque questão de vice não existe nenhum convite com relação a isso. Agora, se o PL vai lançar um nome, uma candidatura aí, eles é quem vão dizer”.
DIÁRIO: Está garantido que o vice de Allyson será indicado pelo PL? Existe essa garantia?
LAWRENCE: “Não, porque o prefeito disse por diversas vezes que não iria discutir questões de vice antes do São João. Então não existe nenhuma garantia, ele não fez o convite a nenhum partido, nem ao PL, nenhum outro partido, nenhum outro nome. Se fez eu não sei, a mim não foi feito”.
DIÁRIO: Então está descartado você ser vice de Alisson pelo PL?
LAWRENCE: “Isso, porque Alisson não vai decidir questão de vice agora”.
DIÁRIO: Então permanece no PSDB?
LAWRENCE: “Sim, a gente tem trabalhado a formação de nominata no PSDB e vai fechar a janela esse mês, aí é que a gente vai continuar o trabalho da nominata, da proporcional, que é o que eu venho fazendo desde o início do ano, trabalhando isso. Hoje atualmente a minha esposa, que é a presidente do PSDB”.
DIÁRIO: Pulando aquela parte de vice, surgiu a história de que Rogério teria convidado o senhor para ser candidato a prefeito pelo PL, pela oposição. Procede?
LAWRENCE: “É, a história surgiu porque o PL falou, o próprio senador Rogério em algumas entrevistas, que o PL queria participar. O PL apoiava o projeto de reeleição, mas queria participar, mais ativamente indicando o nome para majoritária. Caso não fosse possível, o partido poderia pensar numa candidatura própria. Então, quando surgiu o convite para me filiar ao PL, automaticamente também se especulou a questão de eu ser um nome para disputar. Mas eu sempre deixei claro que não, que estou no grupo para somar. Se o PL for importante para uma composição para apoiar a reeleição, se fosse necessário para o PL ter mais espaço para disputar a eleição, mas a gente não estava com esse foco. O nosso foco tem sido o legislativo”.
DIÁRIO: O senhor seria teria a pretensão de ir para oposição? Para ser o candidato da oposição, por exemplo?
LAWRENCE: “Não tem nenhuma pretensão de ir para a oposição. A gente está dentro do grupo, inclusive o próprio PL faz parte desse grupo. Agora, se eles, devido a essa questão de não ter o vice e os diálogos deles, eles vão tomar alguma decisão, eu não sei”.
DIÁRIO: E se o PL romper com a Allyson, o PSDB vai reivindicar a vaga de vice?
LAWRENCE: “Olha, a gente tem a consciência de que a questão de vaga de vice é uma decisão que vai ser tomada pelo prefeito, ouvindo um grupo. A gente não vai reivindicar como se fosse algo que a gente tivesse que ter essa vaga de vice. Não vai até porque eu tenho trabalhado a formação de nominata. Até em algumas entrevistas eu falei, não tem nenhum convite. Se houver convite, a gente vai analisar. A gente pode aceitar ou não. Depende do que a gente está pensando com relação ao futuro. Mas, assim, a gente não vai exigir a vaga de vice, até porque não acredito que a vaga de vice vai ser decidido dessa forma não”.
DIÁRIO: Nesse caso, o senhor permanece no grupo do prefeito, descarta a candidatura pela oposição, mas se for convidado para ser vice, aceita?
LAWRENCE: “É, se for convidado, a gente vai analisar. Agora, não acredito que o vice vá ser feito por uma questão de: ‘ah, eu vou exigir, eu quero ser o vice de todo jeito’. Não acredito que vá ser dessa forma, não é o nosso perfil. Temos a montagem de proporcional, que é o mais importante nesse momento, ele tem um prazo de filiação dos pré-candidatos e ele tem trabalhado nisso. O problema é com relação a vice. Inclusive, quando o PL pediu a vaga de vice, eu até deixei à disposição que se fosse outro nome do grupo no PL, inclusive do grupo deles lá, que já são filiados ao PL, eu não teria dificuldade com relação a isso”.
DIÁRIO: E sua relação com o prefeito hoje, como é que está?
LAWRENCE: “A gente tem conversado, tem sido uma relação boa. Eu tenho trabalhado a formação da minha nominata, ele tem trabalhado a formação de outras nominatas, acho que quatro ou cinco partidos que ele está tentando formar, a relação está tranquila, mas eu estou trabalhando mais a minha situação da minha nominata, até porque o meu interesse principal é a reeleição”.
DIÁRIO: Qual a avaliação que o senhor faz da possível candidatura da ex-prefeita Rosalba Ciarlini?
LAWRENCE: “Olha, eu acredito que ela precisa primeiro declarar que é realmente candidata. Eu não vi nenhuma declaração dela dizendo que é realmente candidata. Ela tem um partido, tem um capital eleitoral, não é algo que possa se descartar e achar que não existe. Mas vejo que ela não decidiu ainda, a oposição em Mossoró não decidiu ainda quem serão os candidatos de partidos A, B ou C, ou se vai haver uma união da oposição com relação a isso. Mas eu acredito que nenhuma candidatura deve se subestimar. Tem muito a se mostrar que vem sendo feito, mas também muito que foi feito no passado e assim segue. A campanha política em Mossoró nunca foi uma campanha que foi decidida seis meses antes”.
DIÁRIO: Rosalba não pode ser subestimada?
LAWRENCE: “Claro! Quatro mandatos de prefeita e um capital eleitoral que não pode ser subestimada. Se ela for candidata é um nome forte. Eu acredito que hoje talvez seja até um nome que em termos da população conhecer é o nome mais conhecido da oposição”.