Por José Ribamar da Silva Filho*
É bom recordar que vivemos num mundo globalizado onde não existem fronteiras para as informações. No entanto, é imprescindível fazermos um crítico escrutínio para não incorrer em falsas hermenêuticas no que tange às assertivas pragmáticas que parecem verdades, mas que não passam de discursos moralistas, sem essências, em seus bojos.
Apropriamos das sábias palavras do Rei Salomão, quando pelo dom da sabedoria soube discernir e, também, se sobressair em várias situações aparentemente difíceis e complicadas, deixando uma descomunal lição distintiva entre meros conhecimentos e a verdadeira sabedoria, quando reinou por 40 anos, em Jerusalém, sobre todo Israel, conforme referência bíblica em 1 Reis 11:42 na versão Edição Contemporânea de Almeida.
Vale ressaltarmos, ainda, que existe um tempo determinado, por Deus, para cada criatura na terra. O grande desafio é como exercemos a mordomia do tempo para edificação pessoal e do próximo. Bem, não cabe ditarmos regras e nem preceitos, porém, refletirmos.
Como nosso ‘pão’ está sendo lançado e em que ‘águas’? Sem nos valermos de uma exegese bíblica, até porque não é o nosso intuito, queremos chamar a atenção para as metáforas “pão” e “águas” que intitulam o Artigo.
Sabemos que são elementos indispensáveis à sobrevivência humana. O que denota que, cada um de nós, somos exortados a prestar um serviço essencial aos nossos pares, enquanto estivermos na esfera terrestre. Intercalamos e reiteramos com os versos de nossa autoria:
“ Não é o momento
Que me faz…
Mas é dele
Que tiro a essência
Que me satisfaz…”
Queremos enfatizar esse “lançar do pão sobre as águas” como a necessidade de que temos de ajudar a suprirmos a “fome” no sentido mais abrangente de pessoas que nos ladeiam. E, aqui, vale uma observação semântica do vocábulo que não existe só a fome do pão cotidiano. Há outras “fomes” que, verdadeiramente, estão consumindo o interior das pessoas e nos passam despercebidos.
Independentemente de nossos recursos ou condições, cremos que cada um de nós temos como contribuir para amenizar as carências que nos confrontam a cada dia com o pão que temos e lançarmos nas águas caudalosas e espumantes da vida, suprindo necessidades de ordem física, moral, dentre outras.
Afinal, que sejamos sensíveis e, sobretudo, responsáveis e conscientes de que a lei da sementeira é irreversível e tudo que fizermos terá retorno. Independente das circunstâncias ou previsibilidades, a nossa missão é sempre que pudermos lançar o trigo contribuindo, assim, para um mundo mais justo e humano.
*Ministro Evangélico da IEADERN (Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Estado do Rio Grande do Norte), Poeta, Escritor, Conferencista, Professor Mestre em Letras pela UFRN-UERN, Membro Permanente da AMLA – Academia Macauense de Letras e Artes.