O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, segue em diálogo com outras legendas partidárias para garantir a reestruturação e sobrevivência do partido. Inicialmente considerada, a fusão com MDB e PSD foi rejeitada pelos tucanos, já que os partidos propuseram a incorporação do PSDB por ser um partido menor. Atualmente, a sigla está em negociações avançadas para uma possível fusão ou federação partidária com o Podemos e o Solidariedade. Além deles, o Diário do RN apurou que o PSDB vem conversando ainda com o PRD e o PV para integrá-los à federação, de acordo com informação de bastidores. O PV, que forma Federação com o PT e o PCdoB, já vem considerando nacionalmente o fim da associação, que vai completar quatro anos, prazo mínimo para desfazer uma federação partidária.
As articulações já repercutem no Rio Grande do Norte. O presidente estadual do Solidariedade, Kelps Lima, e o presidente do PSDB, Ezequiel Ferreira, estiveram em reunião informal e discutiram a viabilidade da união entre as legendas e os impactos locais dessa movimentação. “Com Ezequiel zero problema. A gente já teve a primeira conversa informal. Uma conversa excelente. A princípio, ambiente completamente desobstruído num raciocínio pensando na proporcional”, disse Kelps Lima ao Diário do RN.
Kelps também integra a Executiva Nacional do Solidariedade e confirma a possibilidade de federação, e não de fusão. “Essa conversa é plausível e possível de acontecer. O PSDB está tentando atrair outros partidos para essa federação, o que fortalece ainda mais a proposta”, destacou. Para ele, a lógica das federações é garantir a sobrevivência dos partidos diante da cláusula de barreira, e não deve interferir diretamente nas alianças estaduais à majoritária, inclusive nos posicionamentos distintos entre os dois partidos.
“A federação não obriga os partidos locais a seguirem juntos nas eleições estaduais. O Solidariedade continua na oposição ao Governo, mesmo com a federação. As alianças majoritárias serão discutidas no momento adequado”, explicou Kelps. Ele acrescentou que, caso a federação se concretize nacionalmente, a tendência é que o entendimento no RN flua de forma natural.
Luiz Eduardo pode mudar de partido
Já o deputado estadual Luiz Eduardo, também do Solidariedade, e que figura como um dos maiores opositores do governo Fátima Bezerra na Assembleia Legislativa, acredita que a fusão pode ser positiva e destaca o papel estratégico das lideranças locais. “Essa é uma decisão nacional, e a gente não tem como intervir, mas acho que seria muito bom porque teríamos os dois maiores estrategistas da política do RN juntos: Kelps e Ezequiel”, afirmou.
Ainda assim, Luiz Eduardo reforçou que sua posição pessoal é de distanciamento do Governo do PT e indicou que pode mudar de partido na janela partidária. “Não apoio o Governo e, na janela, saio para outro partido. Vou aguardar para tomar uma decisão com calma e conversar com Kelps e Cristiane [Dantas, deputada estadual]. A minha posição é só não ficar próximo de Fátima de jeito nenhum”, ressalta Luiz Eduardo.
Sobre a presença do senador Styvenson Valentim no PSDB, Luiz Eduardo minimizou eventuais conflitos internos. “Acho que dá para conviver, tudo é conversado. Não vejo Styvenson com tanta força no PSDB porque Ezequiel tem uma relação muito próxima com Marconi Perillo, que comanda o partido nacionalmente. Styvenson se aproximou do PSDB mais para compor bancada no Senado do que por influência dentro da legenda”, analisou.