Um tribunal de Justiça dos Estados Unidos aceitou parcialmente o pedido da Gol Linhas Aéreas para investigar a conduta da concorrente Latam Airlines durante o processo de recuperação judicial da empresa. A defesa da Gol alega para a necessidade de investigar se a conduta da Latam violava a lei de falências do país, conforme informações do G1.
O juiz de falências dos EUA, Martin Glenn, requisitou que a Latam fornecesse documentos e disponibilizasse três de seus executivos para entrevistas com os advogados da Gol. O juiz também expressou incredulidade quanto à coincidência do início do processo de contratação de novos funcionários pela Latam no dia seguinte ao pedido de falência da Gol.
Na última sexta-feira (9), a Gol acusou a Latam de tentar adquirir arrendadores, aviões e pilotos após protocolar o pedido de recuperação judicial. Por sua vez, a Latam afirmou que está em contato permanente com todas as partes interessadas em matéria de frota e que busca garantir a capacidade necessária para atender às demandas do mercado.
Gol busca reestruturação financeira nos EUA
A Gol Linhas Aéreas teve seu pedido de recuperação judicial aceito pelo Tribunal de Falências de Nova York em 26 de janeiro, concedendo à empresa uma pausa nas ações de credores e uma oportunidade para reestruturação financeira. O processo, conhecido como Chapter 11 nos EUA, permitirá à companhia acesso a um financiamento de US$ 950 milhões.
A decisão foi tomada em resposta à busca da empresa por uma solução para suas dívidas, estimadas em R$ 20 bilhões. Apesar do processo, a Gol assegurou que todos os voos operam normalmente e que as reservas e passagens permanecem válidas.
O CEO da Gol, Celso Ferrer, explicou que a reestruturação visa otimizar a empresa para sustentar seu crescimento, sem afetar sua capacidade operacional. Ferrer afirmou que não haverá redução de aeronaves em serviço e que o programa de fidelidade Smiles não sofrerá alterações.
A medida, que suspende temporariamente a execução das dívidas, permite que a Gol reorganize suas finanças e operações para enfrentar desafios como altas despesas com leasing e juros, além de problemas de capacidade devido a atrasos nas entregas de aeronaves da Boeing.
Efeitos da Pandemia
Outros fatores que contribuíram para a situação da Gol incluem os efeitos da pandemia de Covid-19, que aumentaram os preços dos combustíveis e influenciaram a desvalorização do real frente ao dólar.
Apesar dos desafios, a Gol mantém uma sólida posição no mercado brasileiro de aviação, detendo 33% de participação, atrás apenas da Latam Brasil. O processo de recuperação judicial nos EUA busca fortalecer a empresa para enfrentar os desafios atuais e garantir sua sustentabilidade a longo prazo.