“Não estou com estória de ‘ah, se o povo me chamar’, eu não tenho esse negócio. Quem vai me convocar é o partido e vou fazer o que ele me oferecer. Vou aceitar ou não, porque tem o meu querer também, sou um profissional livre”, afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ao falar que ainda não há definição sobre seu futuro político-eleitoral ou planos visando os pleitos de 2024 e 2026. Segundo o gestor, há muito o que ser feito agora, inclusive na estatal, que ficará no Rio Grande do Norte conforme anunciado por ele nesta segunda-feira (19).
“Acho que é cedo demais para fazer chapa, até lá vai mudar muita coisa. O governo está em curso, ainda tem muitos desafios para enfrentar, muitas coisas para fazer”, disse, destacando que está pronto para assumir qualquer empreitada que o PT decidir para ele e que gerir a Petrobras é um dos maiores desafios que já enfrentou, mesmo tendo se preparado profissionalmente para isso sua vida inteira.
“Estou qualificado para qualquer coisa que o partido me der para fazer. Inclusive, presidir a Petrobras, que é a missão mais complicada de todas. Não é só sorte, mas merecimento também. Passei a minha vida inteira trabalhando com petróleo, gás e energia. Graças a Deus, sou um profissional livre. Profissionalmente, eu não preciso da política. A minha vida pessoal também não precisa, pelo contrário. Às vezes, até atrapalha um pouco, mas não me queixo disso”, falou.
Jean Paul disse querer se dedicar ao Rio Grande do Norte, seja na Petrobras, seja ocupando cargo eletivo, nos bastidores ou ajudando algum programa de governo. “Quero servir ao Estado. Quando se está filiado e se ocupa posições, o partido é quem decide o que você vai fazer. Se ele disser que tem vaga para senador, tem vaga para o governo, beleza, vou analisar para ver se minha vida conduz a isso”.
Ele revelou também que o próprio presidente Lula (PT) ainda não tem definido quem será indicado para ser seu sucessor, em 2026. “A gente não sabe nem quem vai ser candidato à sucessão do presidente Lula. Eu tenho que pensar nisso também. Será que essa pessoa vai querer continuar com o trabalho na Petrobras? Será que eu vou ficar mais tempo lá? O que vai acontecer? Eu não sei”.
“Petrobras fica no RN. Hoje é um dia histórico para o RN”, diz Jean Paul Prates
“A Petrobras fica no Rio Grande do Norte. Hoje é um dia histórico para o Estado e para a Petrobras, pois estamos confirmando o compromisso que fizemos há algum tempo atrás e a sede, em Natal, será o ponto de apoio às cerca de 450 pessoas que ficarão. Vamos trabalhar o futuro, que é a transição energética, com análise do ecossistema que criaremos aqui, em torno das análises dos projetos eólicos onshore e offshore e os solares; e o nosso campo de Pitu, uma descoberta importante”, explicou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
O campo de Pitu está situado a cerca de 60km de distância do litoral e em profundidade entre 1.850 a 4.200 metros. Sua concessão integra a Margem Equatorial, com investimentos de aproximadamente três bilhões de dólares nos próximos cinco anos. Segundo Jean Paul, ainda esse ano deverá ser feito até quatro novos poços para avaliação do campo, para a Petrobras performar a produção de petróleo pela companhia.
“Esse ano será de trabalho, análises, reconquistas e reavaliações de projetos. Vamos esperar as licenças do Amapá e do Campo de Pitu, que estão em licenciamento no Ibama. Pode ser que haja a perfuração do primeiro poço marítimo de Pitu ainda esse ano, que tem muita complexidade envolvida por ser em águas profundas. A parte de análises energéticas será aqui e precisamos que a lei de eólicas offshore, de minha autoria, seja aprovada no Senado. Deixei um pacote verde, com leis sobre offshore, hidrogênio, injeção de dióxido de carbono e outros”, disse.
Jean Paul reinaugurou nesta segunda o Edifício Sede Rio Grande do Norte (EDIRN) e lançou as instalações que funcionarão com hub de projetos de energia eólica da companhia em Natal. A perspectiva é de que nos próximos anos, as instalações se tornem um dos principais centros de estudo e desenvolvimento de tecnologias voltadas para a instalação de parques eólicos offshore no país.
“Hoje, estamos dando um grande passo para que tenhamos aqui no Estado um dos principais centros no país para estudo e desenvolvimento de projetos de eólica offshore. Esse é um renascimento da Petrobras no Rio Grande do Norte. Tenho absoluta convicção de que vamos escrever mais um capítulo de sucesso. Assim como no passado, a companhia teve uma trajetória brilhante nos campos de petróleo em terra; num futuro próximo, teremos aqui um dos principais polos de nossos projetos em energias renováveis”, afirmou Jean Paul.
O Estado já possui grande força na geração de energia eólica em terra. “Queremos aproveitar essa expertise, num intercâmbio de conhecimento para avançar nos projetos de eólica, tanto offshore como onshore. Ter esse hub em Natal será um diferencial para a Petrobras”, explicou o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, Maurício Tolmasquim.