Na manhã desta sexta-feira (24), o Instituto Metrópole Digital (IMD) viu-se no centro de uma ação sindical, quando servidores técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em greve há quase três meses, invadiram suas instalações.
De acordo com relatos, os grevistas chegaram ao prédio do IMD nas primeiras horas da manhã, por volta das 5h, e, utilizando cadeados e correntes, trancaram o acesso ao edifício, impedindo a entrada dos funcionários para o expediente do dia.
Sandro Pimentel, coordenador de educação da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra Sindica), confirmou a invasão e ressaltou a determinação do grupo grevista. Segundo ele, o governo federal tem adotado uma postura mais rígida nas negociações, o que levou os servidores a decidirem endurecer suas ações. “A partir de agora, nacionalmente, vamos endurecer, vamos radicalizar”, declarou Pimentel, destacando que o grupo não tem planos imediatos de deixar o prédio do IMD. “Vamos nos reunir no final do dia para deliberar o que será feito, mas provavelmente não iremos sair daqui”, acrescentou.
Além disso, o Dia de Luta em Defesa da Educação (DAJU) marcou presença no evento, que contou com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (SINTEST) e de entidades estudantis. A ação, denominada “trancaço do IMD”, teve como objetivo fortalecer a greve em curso, especialmente após um plebiscito que rejeitou a proposta de reajuste zero do governo e decidiu pela continuidade da mobilização.
Em resposta à ocupação, a assessoria de imprensa da Reitoria da UFRN emitiu uma nota solicitando a desocupação do prédio, enfatizando o respeito ao direito constitucional de ir e vir. Veja:
“O Instituto Metrópole Digital (IMD) foi ocupado, às 5h desta sexta-feira, 24, por estudantes e servidores grevistas, que bloquearam a entrada de pessoas à unidade acadêmica. Nesse sentido, seguindo com o diálogo permanente, representantes da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp) e da Diretoria de Segurança Patrimonial (DSP) se dirigiram ao local, ainda no início da manhã, para conversar com o movimento grevista e entender os motivos da ocupação. Considerando que se trata de um ato de greve da categoria em âmbito nacional, e respeitando o direito constitucional de ir e vir das pessoas em espaço público, foi solicitada a desocupação do local.”