O Kremlin declarou nesta quinta-feira (20) que qualquer proposta de paz para a Ucrânia precisa abordar as causas profundas do conflito. A Rússia reconheceu que mantém alguns contatos com os Estados Unidos, mas negou que exista qualquer negociação formal em andamento com Washington.
Segundo fontes ouvidas na quarta-feira (19), os EUA teriam sinalizado ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky que Kiev deveria considerar uma proposta americana para encerrar a guerra. O plano incluiria concessão de território e entrega de parte do arsenal ucraniano à Rússia.
O jornal Axios, que divulgou inicialmente o documento de 28 pontos, afirmou que o acordo ofereceria garantias de segurança dos EUA à Ucrânia e aos países europeus em troca da cessão de áreas no leste ucraniano a Moscou.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reforçou que não há novidades além do que já foi discutido durante a cúpula realizada em Anchorage, no Alasca, entre Vladimir Putin e o presidente americano Donald Trump.
“Não podemos adicionar nada ao que foi dito em Anchorage”, afirmou.
Ele reiterou que existem apenas contatos pontuais. “Não há atualmente nenhum processo que possa ser classificado como consulta ou negociação”, disse.
Ao ser questionado sobre o suposto “plano de paz de 28 pontos”, Peskov voltou a negar informações adicionais: “Não tenho nada a acrescentar”.
O porta-voz destacou ainda que qualquer acordo só terá efeito se abordar “as raízes do conflito”. Putin costuma apresentar a guerra como um momento decisivo na relação da Rússia com o Ocidente, que, segundo ele, teria ignorado os interesses de Moscou desde o fim da União Soviética ao expandir a OTAN e avançar sobre países que considera parte de sua esfera de influência, como Ucrânia e Geórgia.
Entre as exigências do líder russo estão a retirada da candidatura da Ucrânia à OTAN, a adoção de status neutro e limites às Forças Armadas ucranianas.
Do outro lado, o ex-presidente dos EUA Joe Biden, líderes europeus e autoridades ucranianas classificam a ofensiva russa como uma ação expansionista e prometem derrotar as tropas de Moscou.
Mesmo após o início do segundo mandato de Donald Trump, as tentativas de mediação conduzidas pelos EUA entre Rússia e Ucrânia continuam sem avanços tangíveis.
*Com informações de CNN Brasil

