Por Alessandra Bernardo
A governadora Fátima Bezerra (PT) defendeu em discurso durante cerimônia que relembra um ano dos ataques às sedes dos Três poderes a “devida punição aos que ousaram tentar destruir a democracia”. Para ela, a punição deve ir além daqueles que invadiram e vandalizaram, mas também dos que financiaram e organizaram os ataques.
A governadora se somou aos que se colocam contra a anistia e complementou: “não se trata de sentimento de vingança, nem revanchismo, é antes de tudo um ato pedagógico. Os que atentaram contra nossa democracia cometeram um crime e precisam responder pelos seus atos”. E disse acreditar que a cerimônia que relembra o 8/1 “reflete a união do que é inegociável: a democracia” e que o 8/1 não foi um episódio isolado, mas que a democracia resistiu e venceu.
A governadora é a única chefe de uma unidade federativa a discursar, uma vez que é suplente de Ibaneis Rocha (MDB) no Fórum de Governadores. Rocha está de férias no exterior, por isso não compareceu à cerimônia. “O dia de hoje simboliza a volta da normalidade democrática, o respeito às instituições, a retomada do pacto federativo, a valorização da soberania popular e o repúdio ao autoritarismo, ao fascismo e à barbárie”, disse.
Ela afirmou ainda que o 8 de janeiro de 2023 foi uma das páginas mais infelizes da história contemporânea. “Não foi apenas um caso de vandalismo, muito menos um episódio isolado. O Brasil e o mundo acompanharam as urnas eletrônicas serem questionadas, o sistema eleitoral brasileiro ser atacado e uma verdadeira incitação contra o STF ser promovida. Houve grande preocupação com o dia da eleição, depois com a posse, até chegarmos ao dia 8”.
Para a governadora, “a democracia tem como essência a pluralidade de ideias e de pensamentos, mas deve ser alicerçada no diálogo e em valores como respeito, tolerância, verdade e espírito público. Nossa democracia, em constante processo de construção, saiu inabalada, fortalecida e vitoriosa, mas precisamos estar atentos e vigilantes”, disse.
DEPUTADOS SE MANIFESTAM
“Sobrou para a esquerda, que criou a ‘democracia da fraude’ comemorar o 8 de janeiro e inventar a criação de um “Museu da Democracia” para reforçar a sua narrativa”, afirmou o deputado federal General Girão (PL), ao comentar o aniversário de um ano dos atos criminosos cometidos por eleitores golpistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inconformados com o resultado das eleições de 2022. Para ele, o governo federal não possui “nada de positivo para mostrar”.
“A democracia está envergonhada por estar sendo usada por comunistas que nada de democratas possuem. O maior crime cometido neste dia foi o de omissão. É inaceitável que toda inteligência disponível no Governo não tenha movido um dedo sequer para impedir a violência que veio a ocorrer em 8 de janeiro. Cadê as imagens que foram apagadas?”, questionou.
Girão ainda afirmou discordar de “toda e qualquer violência ocorrida naquele fatídico dia” e que “é irracional acreditar que aqueles atos animalescos tenham vindo de pessoas que passaram mais de 70 dias acampadas pacificamente em frente ao Quartel-General do Comando do Exército”.
Segundo a deputada federal Natália Bonavides (PT), o dia 8 de janeiro é dia de lembrar que a democracia prevaleceu. “Os atos terroristas registrados em Brasília e a permanência dos acampamentos em frente a unidades militares em vários pontos do país tiveram o claro objetivo de desestabilizar o sistema democrático brasileiro. Eles queriam dar um golpe e tomar o poder. Não conseguiram, as instituições seguem firmes e fortalecidas”, disse.
E que não deve ser esquecida jamais. “Defender a nossa democracia é respeitar a soberania do povo do Brasil. Jamais deveremos esquecer o dia 8 de janeiro de 2023, que alguns irresponsáveis tentaram um golpe nesse país. Mas os Três Poderes se sobressaíram e a democracia venceu. As instituições brasileiras e a sociedade se uniram e garantiram a proteção da nossa democracia”, afirmou Natália.
Segundo o deputado federal Fernando Mineiro (PT), “há um ano a democracia brasileira sofria uma tentativa de golpe. Guiados pelo ódio, terroristas invadiram o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto. As instituições brasileiras e a sociedade se uniram e garantiram a proteção da nossa democracia. Os terroristas, disfarçados de nacionalistas, que invadiram e destruíram as sedes dos três poderes do Brasil não podem sair impunes. Esse é um recado que deve ficar claro: sem anistia para golpistas”.