Natal encontra-se sob a expectativa da posse do Arcebispo Eleito, Dom João Carlos Cardoso, bahiano de nascimento, assim como o foi Dom Marcolino Esmeraldo de Souza Dantas. Criador da nossa arquidiocese, dom Marcolino foi quem instituiu as Dioceses de Mossoró e de Caicó.
Uma simples passada em revista do pastoreio aqui realizado por ele, projeta a grande responsabilidade do novo arcebispo.
Transcrevo um resumo desse grande trabalho, disponível no portal da Arquidiocese:
“Foi durante o governo de Dom Marcolino que surgiu, em Natal, a Ação Católica, dirigida pelo Padre Monte. Foi neste movimento, a partir da JMC (Juventude Masculina Católica) e JFC (Juventude Feminina Católica), que dois jovens sacerdotes iniciaram um trabalho pioneiro no Rio Grande do Norte.
Eram os padres Nivaldo Monte e Eugênio de Araújo Sales, que iniciaram um trabalho de assistência social que foi sendo aprofundado ao longo do tempo inspirando posteriormente o que se denominou de “Movimento de Natal”.
Vendo a realidade social de extrema pobreza que assolava grande parcela da população potiguar, os padres: Eugênio Sales, Expedito Medeiros, Nivaldo Monte, Alair Vilar, Manuel Tavares e Pedro Moura começaram a organizar reuniões para traçar estratégias e planejar ações para a promoção humana.
Desse grupo surgiram muitas ideias que se propagaram pelo Brasil e pelo mundo. Esse conjunto de ações ficou conhecido como “Movimento de Natal”. Dentre os muitos frutos dessa experiência destacam-se o SAR (Serviço de Assistência Rural), as Escolas Radiofônicas, a Rádio Rural de Natal, a Escola de Serviço Social e a Campanha da Fraternidade”.
Ou seja: Natal deve a Dom Marcolino e à equipe que conseguiu formar a projeção que conquistou internacionalmente. Natal vivia sendo visitada por expressivas figuras da Igreja mundial, impressionadas pelo que dela ouviam falar. Muitas dessas figuras aqui ficaram como foram os casos – que agora consigo lembrar – dos admiráveis padres Pio e Thiago, que aqui deixaram um grande legado de suas honrosas presenças entre nós.
Não foi à toa que o nosso primeiro bispo auxiliar e, depois administrador apostólico, Dom Eugênio de Araújo Sales, elevado ao episcopado com 33 anos de idade, daqui saiu para ocupar o cargo de Arcebispo de Salvador (primaz do Brasil) e, em seguida, o de titular da mais importante Arquidiocese do Brasil na época – a do Rio de Janeiro, onde alcançou o cardinalato. Iniciativas suas em Natal, foram, então estendidas para todo o país, como foi o caso da Campanha da Fraternidade.
Certamente, dom João, que já disse a um interlocutor natalense que gostava muito de ouvir a voz dos mais experientes, vai querer se inteirar sobre como tudo isso pôde aqui acontecer e, com a graça de Deus, saberá honrar – como fizeram os sucessores de Dom Marcolino e dom Eugênio, a brilhante história da querida Arquidiocese de Natal.
Artigo escrito por Paulo Tarcísio Cavalcanti

