Pesquisadores de Lyon, na França, estimaram que o uso da cloroquina na primeira onda da Covid-19 provocou quase 17 mil mortes em seis países. O estudo, publicado na revista “Biomédicine et Pharmacotherapy”, analisou dados de França, EUA, Bélgica, Itália, Espanha e Turquia.
O estudo, liderado pelo professor Jean-Christophe Lega, do Centro Hospitalar Universitário de Lyon, usou um modelo matemático para estimar o número de mortes causadas pela cloroquina.
Os pesquisadores concluíram que o medicamento foi responsável por 0,4% das mortes por Covid-19 no período analisado. Isso significa que, se a cloroquina não tivesse sido usada, cerca de 16.900 pessoas teriam sobrevivido.
O número de mortes foi desproporcional entre os países. Nos EUA, a cloroquina foi responsável por 12.739 mortes, o equivalente a 0,6% das mortes por Covid-19. Na França, o número foi de 199, na Bélgica, de 240, na Itália, de 1.822, na Espanha, de 1.895 e na Turquia, de 95.
A cloroquina é um medicamento originalmente usado para tratar a malária. No início da pandemia de Covid-19, alguns estudos sugeriram que o medicamento poderia ser eficaz contra o coronavírus. No entanto, pesquisas subsequentes mostraram que a cloroquina é ineficaz e pode ter efeitos tóxicos, como problemas cardíacos.
O estudo francês é mais uma evidência de que o uso da cloroquina para tratar a Covid-19 é perigoso e ineficaz. Os pesquisadores alertaram que é importante que médicos e pesquisadores sejam cautelosos ao prescrever medicamentos novos ou não testados, especialmente em situações de crise sanitária.
Fonte: Diário Carioca