Seu nome científico é grafado com ch, mas os poetas preferem chamá-la de flor de Xanana, uma flor, símbolo de Natal, que facilmente pode ser encontrada em beiras de estrada e terrenos baldios. Ainda há poucas informações sobre definições técnicas de seu cultivo, mas em Natal, ela se propaga sozinha e é encontrada com facilidade entre as ruas potiguares.
“Uma flor a se pôr” surgiu no desejo entusiasta de Jéssica Cortés, proprietária do Cortés Studio de Dança, de realizar um espetáculo com elementos das danças, da cultura popular e da dança contemporânea. Durante as férias do ano passado, Jéssica e Samuel Almeida, coreógrafo e diretor artístico do espetáculo, encontraram uma flor de Xanana, em partes diferentes do país, Jéssica estava em Belo Horizonte e Samuel em Jucurutu.
“Entre conversas e discussões chegamos ao ponto central de trazer a flor Xanana como símbolo de resistência devido aos lugares que ela floresce e como enaltecimento da cultura potiguar”, pontua o coreógrafo.
Treze bailarinos em cena compõem o corpo de baile, mesclando possibilidades corporais que não possuem restrição de idade, jovens e adultos estarão em cena. Para Jéssica, também diretora-geral de Uma flor a se pôr, a experiência está sendo incrível: “Nossa pesquisa é sobre a flor Xanana, que é patrimônio cultural do nosso Estado. Levar esse tema para a pesquisa corporal dos nossos bailarinos e também para o cenário artístico faz aumentar a admiração por ser potiguar”.
Para Jéssica, o processo de construção de um espetáculo como esse é desafiador e encantador ao mesmo tempo, pois a desafia a buscar novas formas de transcrever em movimentos aquilo que foi idealizado na dramaturgia. Além disso, ela ressalta que apesar das responsabilidades artísticas e financeiras, a parceria entre os colegas é indispensável.
Ela ressalta que levar os bailarinos aos palcos com a representação floral tão significativa na cultura potiguar é satisfatório: “Mesmo com o friozinho na barriga (aquele que nos move para fazer arte), o prazer que é sentido ao dançar ultrapassa qualquer nervosismo. Nós gostamos que nossos bailarinos estejam sempre inseridos em espetáculos no Teatro Alberto Maranhão, para ampliar a sua vivência artística e promover o maior incentivo de criação de público cultural”.
O diretor artístico Samuel Almeida reforça a importância de se trazer esse espetáculo que reúne arte, história e símbolos do RN: “Penso que esse espetáculo junto ao público pode fornecer outros modos de ler o mundo e enaltecer a identidade potiguar e nordestina que nos atravessa e nos torna um povo tão singular. Trazendo conexões das diversas misturas que nos compõem nesse mundo contemporâneo”.
De acordo com a Cia de dança, o figurino é construído na paleta de terracota e traz para a cena os tons terrosos que compõem o sertão e o movimento da iluminação, criando a atmosfera diurna. A figurinista Joyce Olinto, explica sobre as simbologias que compõem as vestimentas características: “O figurino foi muito pensado no desabrochar da flor, essa liberdade (mesmo que momentaneamente, pois a flor se põe em determinada hora do dia) também de espacialidade, aproveitando a silhueta ampla para mais movimento proporcionado pela própria modelagem, valorizando os corpos de maneira que evitem a distinção de gênero”.
Uma flor a se pôr – arte e representação potiguar
O espetáculo será no dia 23 de julho no Teatro Alberto Maranhão às 18h e os ingressos estão sendo vendidos no site https://outgo.com.br/uma-flor-a-se-por. Os valores são R$ 25 meia-entrada + taxa do site e inteira a R$ 50 + taxa do site. Para mais informações o contato é por meio do (84) 99975-7544.