“É um equívoco comum acreditar que diabetes seja causada apenas pelo consumo excessivo de doces. O diabetes é uma condição metabólica complexa que afeta a regulação do açúcar no sangue e possui diversos fatores causais ou associados. Embora o consumo excessivo de doces possa aumentar o risco de desenvolver a doença, o diabetes não se resume apenas à dieta. Fatores genéticos, idade, variação do peso, sedentarismo, outras doenças associadas, uso de alguns medicamentos, entre outros fatores, podem também contribuir para o desenvolvimento dessa condição”, afirma o Dr. André Gustavo Pires de Sousa, professor de endocrinologia da UFRN e responsável pela Liga de Diabetes do HUOL a respeito das crenças de que a diabetes é ocasionada apenas pelo consumo de doces.
Ele explica ainda os dois tipos principais de diabetes. O tipo 1 é uma condição autoimune que o sistema imunológico ataca e destrói as células produtoras de insulina no pâncreas. As pessoas com essa tipagem, precisam de injeções de insulina para sobreviver. Já o tipo 2, é associado ao estilo de vida e à genética. O consumo excessivo de açúcar e carboidratos refinados podem contribuir para o desenvolvimento da tipagem 2.
Mesmo que haja uma diferenciação no tipo e das formas de manifestação da diabetes, seja por fatores genéticos ou não, há alguns cuidados importantes com a alimentação para uma melhor qualidade de vida.
“Escolher alimentos que tenham baixo índice glicêmico e monitorar a quantidade de carboidratos consumidos pode ajudar a manter os níveis de açúcar no sangue dentro da faixa recomendada; uma dieta equilibrada ajuda a controlar ou reduzir o peso, que confere uma melhora ainda maior nas condições de saúde relacionadas à doença; uma alimentação saudável ajuda a reduzir o risco das complicações do diabetes, como doenças cardíacas e rins, problemas nos olhos e neuropatia, além de também contribuir com a redução da pressão arterial e controle do colesterol e triglicerídeos, que são outras condições que frequentemente associadas ao diabetes”, ressalta Dr. Vinicius Silva Costa, professor de Endocrinologia da UFRN, coordenador da disciplina de Endocrinologia do HUOL.
O Dr. André Gustavo e Dr. Vinícius Silva orientam para os sinais de alerta para começarem a investigar a diabetes. Conforme explicam, a diabetes é uma condição que pode se desenvolver de forma silenciosa, já que muitas vezes, as pessoas podem não sentir sintoma algum. Mas ressaltam que as pessoas que possuem fatores de risco, como histórico familiar de diabetes, obesidade, sedentarismo, entre outros, já devem ser investigadas para a diabetes.
Mas, que em casos de valores de glicose no sangue mais elevados podem existir sintomas: sede excessiva e urinar com maior frequência, fome constante, cansaço físico, fadiga e fraqueza sem explicação, perda de peso inexplicada, sem relação com a redução da alimentação, visão embaçada e feridas que cicatrizam lentamente.
Portanto, os especialistas reforçam que se alguém representar alguns desses sintomas ou os fatores de risco conhecidos, é aconselhado procurar um médico para que exames de sangue possam ser feitos para um diagnóstico precoce. O tratamento apropriado é fundamental para o controle e prevenção de complicações da diabetes a longo prazo.
Sesap promove ação no Parque das Dunas pelo Dia Mundial do Diabetes
Neste domingo (12) haverá caminhada, palestras, oferta de exames de glicemia e diversas oficinas sobre complicações da diabetes.
Conscientizar e educar sobre a diabetes. Essa é a chave central da parceria firmada entre Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e a Sociedade Brasileira de Diabetes. Em função disso, neste domingo (12) uma grande ação no Parque das Dunas, em Natal.
O movimento, alusivo ao Dia Mundial e Nacional do Diabetes, que é 14 de novembro, inclui uma caminhada, palestras, atendimento ao público para aferição de glicemia e avaliação dos pés, entre outras. E isto é parte de uma série de ações desenvolvidas na campanha “Novembro Diabetes Azul – saiba seu risco, construa um futuro saudável”. Ao longo de todo o mês serão realizadas outras diversas ações, tanto para profissionais de saúde como para a sociedade.
Estima-se que mais de meio bilhão de pessoas vivem com diabetes em todo o mundo. Atualmente, a prevalência nacional é de 7,7% e no Rio Grande do Norte é de 9% da população acima de 18 anos. Por isso, a conscientização sobre a diabetes e a educação sobre como gerenciar essa condição são fundamentais para melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.

