Saber o que crianças e adolescentes estão acessando em seus aparelhos eletrônicos e computadores é uma preocupação constante para muitos pais e responsáveis. Recentemente, a atriz Luana Piovani desabafou nas redes sociais sobre ter descoberto que o filho mais velho, de 11 anos, estava buscando sobre fuzis na internet.
A atriz relatou que a descoberta foi possível com o auxílio de aplicativos que utiliza para acompanhar e monitorar o que os filhos estão acessando. “Tenho um aplicativo que controla o que eles [filhos] olham na internet. Fui ver o que Dom estava pesquisando e vi que ele buscava sobre fuzil. Fui falar com o Dom, ele disse que é porque ele joga um jogo de matar e chegou um momento do jogo que ele precisava sugerir algo que causasse dano”.
Especialista e professor do Instituto Metrópole Digital (IMD), Ramon Fontes, explica que existem diversos aplicativos para os pais utilizarem no monitoramento. “Existem várias soluções de aplicativos que possibilitam o controle de praticamente tudo o que é feito em dispositivos que se conectam à Internet, como smartphones, computadores pessoais e até mesmo televisores smart. O responsável poderá encontrar as soluções se procurar por “controle de pais” ou até mesmo por “parental control”. Isso mesmo, controle de pais escrito em inglês! O responsável encontrará mais soluções se buscar pelo texto em inglês”.
O professor explica ainda que as opções são principalmente pagas e de amplos recursos. “Para smartphones, o responsável vai encontrar muitas soluções pagas e que cobrem praticamente tudo aquilo que é necessário monitorar em um smartphone. Essas soluções pagas são capazes de monitorar conversas, aplicativos que são acessados, ações realizadas dentro deles e até mesmo bloquear o acesso a alguns recursos, como páginas na Internet ou mesmo aplicativos, remotamente. As soluções mais baratas hoje em dia custam algo em torno de R$ 100,00/ano”.
No caso de televisões que possuem a função smart, existem aplicativos direcionados para o público infantil. “As restrições de acesso normalmente são eficazes quando realizadas por aplicativos que se sabe previamente que uma criança ou adolescente acessa. Por exemplo, ter o youtube kids ao invés do youtube e liberar o acesso baseado na faixa etária da criança ou adolescente. Para as TVs, ainda é possível definir senha de acesso para todos os aplicativos. Dessa forma, um responsável adulto pode ter maior controle sobre os tipos de acesso. E para computadores pessoais, existe uma gama maior de alternativas que possibilitam os mais variados tipos de controle de acesso”, explicou.
Ainda no desabafo, Luana Piovani ressaltou que o jogo que seu filho utilizava já veio no computador. “Dei Fortnite para os meus filhos? Não! O Dom tem um computador que ele ganhou e tem esse jogo no computador. Tentei dar um laptop para ele, mas a minha guerra já estava perdida uma vez que meu filho já havia ganhando essa merda. E meu filho menor ganhou um Nintendo que joga Fortnite. Esse consigo controlar mais fácil, mas o computador do Dom não, porque ele usa na escola também”.
Questionado sobre o uso dos chats online nos jogos, o professor explicou que devido a permissividade do aplicativo, o usuário pode ativar ou desativar a conversa. “Por controle parental é muito difícil. Muitos jogos permitem restringir o acesso ao chat, mas em geral, é o usuário que está jogando quem controla isso. Se ele decidir por liberar o chat, ele certamente vai conseguir liberar o chat. Utilizando o controle parental em computadores, por exemplo, é possível impossibilitar o acesso ao jogo online. Por outro lado, se o acesso ao jogo é concedido, não se tem muito o que fazer sobre o que o usuário faz dentro do jogo, como o próprio uso do chat”.
Para além dos riscos de influência negativa, o professor aponta para os riscos de invasão ao computador/celular. “Podem ter vários outros problemas associados. Desde a infecção de malware até o roubo de contas. Recomenda-se sempre manter-se anônimo o máximo que for possível. Não se recomenda nem mesmo colocar qualquer nickname que identifique a criança/adolescente, para não facilitar a vida de quem está do outro lado, objetivando malfeitorias”.
Ramon afirma ainda que em casos do controle parental seja feito da maneira correta, as crianças não conseguem desinstalar sem autorização dos responsáveis. “Os controles parentais, quando feitos corretamente, normalmente não possibilitam que ele seja removido sem o consentimento do responsável”.