Um é publicitário de longa carreira e que hoje estuda para ser técnico de futebol. Outro foi policial civil antes de se formar advogado, atuante na área jurídica. Já o terceiro, além de também advogar, é servidor público e professor. O que eles têm em comum? São bons no que fazem, dedicados, apaixonados, são presentes. Eles são pais. E para homenagear a todos aqueles que representam essa figura tão ímpar, o Diário do RN escolheu trazer o testemunho de três homens bem legais, com relatos de mudanças significativas em suas vidas por causa deles, dos filhos. Vale a pena conferir.
“Ele foi a grande mudança na minha vida”
Paulo André Linhares é publicitário. E como todo bom profissional da área, sempre buscou valorizar o tempo, os horários. Como ele mesmo admite, “tudo é urgência”. Começou a trabalhar já no segundo ano de faculdade. Hoje, já anda perto dos 30 anos de dedicação à carreira. “Eu sempre dizia que não tinha filhos por causa da correria. Dentro da publicidade, sempre tem uma campanha urgente esperando. Então, você trabalhar de manhã, de tarde, de noite, final de semana, sempre tem algo para criar, sempre tem um cliente para atender. Sempre foi uma correria muito grande. Cheguei a passar uma semana dentro da agência fazendo campanha, sem ir em casa. Sempre me dediquei muito ao trabalho”, conta.
“Depois que casei, minha esposa queria ter um filho, e eu sempre ponderei muito por causa disso. Eu sei que teria que abrir mão de uma série de coisas. Quando fui pai, comecei a mudar essa percepção, comecei a ver que tinha que dar uma atenção maior, a ver os benefícios de ter um filho. É o carinho, o amor que sentimos, é algo bem diferente de qualquer carinho, de qualquer amor que se tem por qualquer coisa na vida. O filho é diferente, é muito maior. Então, foi aí que comecei a ponderar diversas coisas em relação ao trabalho. Passei a organizar mais meus horários, buscar mais tempo livre para poder me dedicar a ele”, acrescentou.
“Realmente eu comecei a me policiar, a me organizar. É possível você trabalhar e dar um alto rendimento, um bom desempenho e conciliar com a grande atenção ao seu filho. Hoje nós somos extremamente colados um ao outro. Ele joga futebol. Começou a jogar com seis anos, e desde então vem competindo, vem ganhando destaque. E eu comecei a acompanhá-lo em todos os treinos, todas as competições, ou seja, em pouco mais de dois anos que ele está treinando e jogando, eu só perdi um treino dele até hoje. Acho isso de extrema importância. Eu já gostava de futebol. Eu estudo muito futebol, exatamente para poder orientá-lo da melhor forma possível. Por exemplo, o Diego Ribas tem um programa, eu estou lá nesse programa para poder ver a melhor forma de adequar as competições para Mateus, que é o meu filho, o Mateus Linhares”, complementou Paulo.
Ainda de acordo com o publicitário, a dedicação ao filho foi tão grande que Mateus acabou responsável por mudar os rumos de sua vida, de seus negócios. “Ele foi a grande mudança na minha vida de tanto acompanhá-lo no futebol, dele se destacar e a participar de todas as competições. Ele tem oito anos hoje, e joga no Sub-8, Sub-9 e Sub-10 do Flamengo, aqui em Natal, e também joga na equipe Sub-8 de futsal do América. Então, de tanto acompanhá-lo, é que veio a grande mudança na minha vida. Agora recente, adquiri a Escolinha do Flamengo, a unidade de Candelária, que agora está sob a minha responsabilidade, e isso veio exclusivamente por causa dele, do meu filho”, disse Paulo, já emocionado.
“Ele até tirou onda comigo e disse: papai, se eu não fosse bom, você não seria dono da escolinha, né?”, brincou Paulo. E o pai respondeu ao filho: “Realmente, não seria, porque eu não teria me interessado em ter uma escolinha, nunca tinha passado pela minha cabeça em ter uma escolinha de futebol. Já tinha passado, sim, lógico, trabalhar com esporte, até porque eu sempre pratiquei esporte e sempre gostei muito, mas de ter uma escolinha de futebol nunca tinha passado pela minha cabeça, nunca tinha vivido esse mundo das competições das crianças, que é um mercado bem grande. Hoje eu tô com a Escolinha do Flamengo por causa dele, hoje estudo para ser técnico de futebol por causa dele. Eu consigo boa parte dos dias ficar em casa com ele, pego ele na escola e o meu trabalho é a diversão dele, é o futebol. Então eu tô lá trabalhando e ele tá treinando, ele tá se divertindo. Ele brinca, ele treina, ele evolui, faz bem pra saúde dele e faz muito bem pra mim estar com ele o tempo todo. E gente tá cada vez mais colado e eu tenho hoje uma nova profissão, né? Eu tenho um novo negócio graças a ele, ele que é o craque da casa aqui”, festejou Paulo.
“A paternidade me proporcionou a conhecer o amor incondicional”
“Me chamo Claudiney Marques da Serra, pai com muito orgulho. Sou natural de Natal, torcedor apaixonado do América de Natal, adoro comer um bom prato de massa acompanhado da minha família que amo muito. Sou formado em Direito pela Universidade Potiguar desde o ano de 2000, exerci a advocacia principalmente na área trabalhista durante o período de 2000 a 2002, fui também policial civil entre os anos de 2002 e 2007, e atualmente exerço o cargo de Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte desde o ano de 2007. Sou casado há 18 anos com uma psicóloga, mãe por vocação. E sou pai dos dois maiores tesouros que Deus colocou em minha vida: Maria Luiza Medeiros da Serra, de 15 anos de idade, e Maria Helena Medeiros da Serra, de 10 anos de idade”. É assim que ele se apresenta.
“Sempre tive o sonho de ser pai, e por ser filho único e saber das dificuldades da ausência de um irmão, tinha a convicção de querer ter ao menos dois filhos, ou filhas, deixando-a nas mãos de Deus. Quando Malu nasceu, minha primeira filha, em 10 de março de 2009, eu já trabalhava no Tribunal de Justiça, sendo que na comarca de Currais Novos, e minha esposa trabalhava em Natal, onde exercia a função de bancária. Após o nascimento de Malu, durante o período de licença-maternidade, minha esposa e eu morávamos no município de Lagoa Nova, onde pude acompanhar de perto os primeiros meses de vida da minha primeira princesa. Após o período da licença, consegui a minha remoção para a Comarca de Natal. Finalmente pude ter a tranquilidade de saber que poderia acompanhar todo o desenvolvimento da minha filha. Os primeiros meses de vida tivemos uma rotina muito desgastante. Maria Luiza trocava os dias pelas noites, e como minha esposa trabalhava de caixa e tínhamos a preocupação dela descansar para não haver quebra de caixa, eu acabava passando as noites em claro, num balanço de rede tentando colocá-la para dormir. Essa rotina fez com que eu passasse a trabalhar um pouco mais tarde que o habitual, mas serviu principalmente para criar um elo muito forte entre nós. A primeira palavra que foi dita por Malu foi papai. Esse fato me encheu de orgulho e emoção. Aproximadamente cinco anos depois, nasceu Maria Helena, em 8 de janeiro de 2014. O mais engraçado que são duas crianças totalmente diferentes, cada um com seu jeitinho e personalidade peculiar. O que posso dizer, finalmente, é que a paternidade me proporcionou a conhecer o amor incondicional, aquele amor puro, sincero e intenso. Isso fez com que eu mudasse minha vida, procurando ser uma pessoa melhor, para servir de exemplo para minhas duas princesas. Portanto, ser pai não é só educar ou arcar com os custos de uma existência, é amar, ser companheiro, compreender que a maior responsabilidade que você pode ter é saber que as memórias, os laços afetivos, e os momentos que você cria, ficarão para sempre nas lembranças delas e que ajudarão na formação das suas personalidades. Não há perfeição, mas tentamos o máximo possível ensinar que o respeito, amor e o apoio, são fundamentais nessa jornada. E que um dia nossos filhos podem ganhar o mundo, que estaremos aqui apoiando”, relatou Claudiney.
“A minha maior realização”
Fabiano Petrovich também tem dois filhos. Ele é pai de um casal. Maria Flor tem 10 anos de idade e Francisco tem 5 anos. “Quando Maria nasceu eu tinha 32 anos de idade e quando Francisco nasceu eu tinha 37. Hoje eu tenho 43 anos, então faz esse tempinho aí que sou pai”, brincou.
“Em tempos profissionais eu sou advogado, sou servidor público, tá certo? E sou professor de ensino superior, então tenho essas três profissões, enfim. Em relação à paternidade, eu não tenho a menor dúvida em dizer que, eu ter me tornado pai, ser pai de duas crianças, é a minha maior realização. Foi a minha maior e continua sendo a minha maior realização. Não tenho a menor dúvida em relação a isso. Qualquer coisa que eu tenha conquistado ou que venha a conquistar na vida, nada vai se comparar à satisfação, à alegria de ser pai, de você ter alguém para cuidar, para chamar de filho ou filha, para poder dar amor”, afirmou.
Petrovich vai além. “Dar amor, educar, enfim, e eu acho que esse é o principal papel do pai. Do pai, da mãe, enfim, é amar, ensinar seus filhos a amar, a contribuir para que eles sejam pessoas boas e que possam ajudar para que a nossa sociedade se torne cada vez melhor”, pontuou.
Por fim, antes de encerrar o depoimento, o advogado, servidor e professor, emendou: “Ah, só mais uma coisa. A paternidade é fácil? Não, não é fácil, de maneira nenhuma. Ela exige uma adaptação constante, tá certo? Renúncia em algumas vezes. Em algum momento você vai renunciar, mas vai pensar, sem sombra de dúvida, nos seus filhos, em primeiro lugar. Sinceramente, quando a gente ama, não gera qualquer tipo de arrependimento. É um aprendizado constante. A cada dia a gente aprende a ser pai. Quando nasce um filho, nasce um pai e nasce uma mãe. É meio clichê essa frase, mas é a mais pura verdade”, finalizou.