O Centro da Cidade Alta detém lugares que fazem parte da cultura, história e memória de muitos potiguares, onde anteriormente, o local já teve a maior centralização do setor comercial de Natal.
No entanto, com as mudanças ao longo dos anos e novas lojas e shoppings centers chegando em Natal, essa centralização comercial foi se perdendo aos poucos. Mas, há 24 anos a Escada do Rock se mantém atuando em artigos mais diversificados e personalizados de bandas, como bottons, camisetas, bonés, pulseiras, canecas e dentre outros. Manter o comércio ativo e popular no Centro, hoje, é quase um ato de resistência que também se nutre de uma clientela fiel.
“Hoje posso dizer que 70% dos nossos clientes são aqueles clientes fiéis mesmo, que já conhecem o nosso produto, vem e indica para outras pessoas, tanto que vem muita gente de cidades vizinhas aqui para comprar na nossa loja. Essa galera realmente nos sustenta, mas ainda tem a clientela nova que a gente pega aqui no centro, ainda que vai passando, vem e dá para ir levando”, afirma Cristian Santana, 48, atual proprietário da Escada do Rock, que ao lado de sua esposa, Geane Cleide, administra o ponto comercial que anteriormente era administrado por seu pai, que fazia artigos artesanais de couro, sandálias, cintos e bolsas.
O ponto já tem mais de 50 anos na Cidade Alta, mas os artigos de rock sobressaíram os itens artesanais de couro. O nome da loja chama atenção, mas ele é função da localização estratégica do ponto comercial, onde as escadas levam até uma parte superior com os artigos de rock que também estão expostos na frente de loja e nas paredes internas da loja, dando ao cliente uma imersão em cada degrau.
“Nossas camisetas são os nossos carros-chefe e hoje, devido à qualidade e preço também, a galera gosta muito de bottons, acessórios, a galera vem bastante atrás de camiseta da banda Red Hot Chilli Peppers, Nirvana, Ramones, essas são as mais conhecidas”, destaca.
Na Escada do Rock, os produtos divergem entre bandas e astros nacionais e internacionais do gênero que surgiu em 1950 nos Estados Unidos, ganhou proporção mundial e teve seu auge nos anos de 1970 e 1980, uma categoria que detém bastante personalidade e se destaca com o apelo comportamental e visual irreverente e cheio de atitude.
Ao longo dos anos, Cristian Santana observa as mudanças que o centro enfrentou e analisa essas questões comerciais que perpassam o tempo. Apesar do reconhecimento do seu ponto comercial, muitos desafios são enfrentados pelos comerciantes que ainda resistem no local. Cristian é um dos que torce para as melhorias no centro.
“O centro vai ser sempre o centro, né? A questão histórica, cultural, a questão do preço baixo, é onde se encontra uma gama de diversidade de produtos, com preço acessível e lógico que caiu o movimento. Mas como a gente já está há bastante tempo, ainda consegue se manter. Para nós, o centro ainda é viável. A gente quer que o centro melhore, porque o centro, quer queira ou quer não, é a parte histórica da cidade. E o que precisa para o centro é melhorar esses aluguéis, baixar esses aluguéis, e tem também a questão de segurança, melhorar a segurança. O centro ainda é viável e eu acho que o centro ainda dá para muita coisa”, finaliza.

