O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta terça-feira (10) os interrogatórios sobre a suposta trama golpista de 2022, com Jair Bolsonaro prestando depoimento como sexto réu na ação penal que envolve 31 pessoas. O caso investiga uma suposta conspiração para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de outubro de 2022.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta Bolsonaro como figura central da trama, que teria envolvido militares de alta patente e autoridades do governo federal. Durante seu interrogatório, o ex-presidente adotou uma estratégia de relativizar suas declarações sobre fraudes eleitorais e fazer um balanço positivo de seu governo.
Questionado sobre suas declarações durante e após as eleições de 2022 questionando a lisura do processo eleitoral, Bolsonaro argumentou que as dúvidas sobre o sistema não são exclusividade sua. O ex-presidente citou especificamente Flávio Dino, atual ministro do STF, alegando que ele já havia declarado ter sido vítima de fraude eleitoral em uma eleição que perdeu.
Bolsonaro também mencionou Carlos Lupi, ex-ministro do governo Lula, afirmando que ele já criticou uma suposta “impossibilidade de recontagem de votos” no sistema eletrônico brasileiro. A estratégia aparenta buscar legitimidade para suas contestações ao citar figuras do campo político adversário.
O ex-presidente reforçou sua defesa histórica do voto impresso, citando a existência de um projeto de lei no Congresso que previa a implementação dessa modalidade. Bolsonaro lembrou que a proposta foi considerada inconstitucional pelo próprio STF, tentando demonstrar que suas posições tinham respaldo legislativo.
A menção ao projeto busca contextualizar suas críticas ao sistema eletrônico como parte de um debate institucional legítimo, e não como questionamento isolado ou conspiratório ao resultado das eleições.
*Com informações do Infomoney