Por Rodrigo Bezerra*
A sociedade, por meio dos pais, entregou toda a responsabilidade do ensino aos seus filhos sob o jugo dos professores. Esses, no entanto, não são os redentores do caminho da liberdade (intelectual, financeira, social, afetiva ou caráter) de seus filhos; pois, a trajetória do ensino não deve ser somente de competência do professor, mas da ação conjunta professor-aluno.
Existem muitos pais e mães que ainda estão preocupados com a “formação” dos seus filhos. Quando podem, eles investem em uma escola particular, mesmo ganhando pouco, para que possam proporcionar ao seu filho um melhor conteúdo, ao invés de acreditarem na escola pública, para a qual os impostos já foram pagos e “investidos” da base até o Ensino Superior. Mas quais são as dificuldades para implementar as soluções do ensino que já foram propostas no passado?
Em investigações do ensino e relatos dos profissionais da Educação na primeira década do século XXI, os pais transformaram o educador em vilão, sua didática como ineficaz em sala de aula e as agressões do aluno ao professor – uma retirada de sua autoridade, como indivíduos frágeis perante tanta violência social; chegando em certos casos, à demissão sumária do professor. Entretanto, na escola pública acontece o inverso, ou seja, a culpa acaba invariavelmente recaindo sobre o aluno. Diante disso, pergunto: como essa criança e o adolescente ficam protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, e que valores foram construídos após a criação desse estatuto?
A proposta inicial não é encontrar culpados, porém é transformar; ou seja, não é um pacto professor-aluno ou a simples participação da família no ensino, mas, sim, a implementação de uma planilha de avaliação de competências adquiridas pelos alunos ao longo de toda sua vida escolar, desde a Educação Infantil, na qual ela já se realiza, até o nível Superior.
A proposta supracitada otimiza a eficiência dos investimentos do dinheiro público na Educação. Em outras palavras, o que se propõe é que os alunos sejam corresponsáveis pelo acompanhamento de suas competências e, consequentemente, de seu potencial vocacional, para que os recursos públicos não sejam desperdiçados ao longo do trajeto até sua realização profissional. Além disso, é lógico que esse projeto precisa vir acompanhado de um cronograma estratégico de estudos, um horário diário atrativo e um feedback desse retorno ao professor.
A importância desse projeto reside no fato de ele ser primeiramente liberal e, em segundo lugar, de ser um projeto de Estado e não de governos – pois será preciso vontade política ininterrupta de modo a dar a continuidade necessária para levar até o fim essa transformação. Inicialmente, essa etapa entrará em confronto com os chamados “coronéis oligárquicos” ou “progressistas da educação” porque, apesar da retórica da velha política, eles não desejam realmente que o indivíduo “seja o agente da sua própria transformação”, ou seja, que almeje a educação como sendo a saída para a liberdade.
“Em defesa de uma nova educação liberal” é uma proposta que pretende proporcionar ao aluno a consciência de seu nível de desempenho, sua busca por eficiência – a famosa excelência do ensino, como também a meritocracia e a competitividade. Além disso, esse projeto busca qualificar os recursos gastos através dos impostos e a construção de um modelo de controle fiscal mais eficaz na Educação, pois o descontrole do Estado grande gera a corrupção e a falta de fiscalização. Dessa forma, poder-se-ia otimizar o modelo de gestão pública, frear a criação de mais impostos na Educação, diminuir os processos burocráticos que se criam através do Estado e, por último, fomentar a geração de valores ao trabalho de qualificação profissional, atraindo o empreendedorismo, comércio, indústria e/ou modelos de negócios no Brasil.
*Jornalista e cientista político